Ex-presidente do Peru é condenado a 20 anos de prisão no caso 'Lava Jato'
O Segundo Tribunal Penal Colegiado do Tribunal Superior Nacional do Peru condenou o ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006) a 20 anos e seis meses de prisão nesta segunda-feira por aceitar subornos da construtora brasileira Odebrecht.
Toledo foi considerado culpado de conluio e lavagem de dinheiro após receber um suborno de US$ 35 milhões da Odebrecht em troca da construção das seções 2 e 3 da rodovia Interoceânica Sul.
A juíza Inés Rojas Contreras, diretora do julgamento, foi a encarregada de ler a sentença, que estabeleceu uma pena de 11 anos de prisão e seis meses por lavagem de dinheiro. Também foram determinadas sentenças de 9 anos por conluio e 3 anos de inelegibilidade para ocupar cargos públicos.
Durante uma audiência de instrução do processo contra Toledo, que durou mais de três horas, o judiciário deu mais detalhes sobre essa trama desvendada durante meses pelo Ministério Público.
Na semana passada, o promotor José Domingo Pérez pediu por uma sentença de 20 anos e 6 meses, além de 3 anos de inelegibilidade para cargos públicos.
"Deixem-me morrer em casa"
Na quarta-feira anterior, em um de seus últimos depoimentos no julgamento, Toledo reiterou sua inocência e implorou que o deixassem "curar-se ou morrer" em casa, após enfatizar que sofre de câncer e problemas cardíacos. "Uma condição de saúde muito complicada", disse ele.
"Se isso vai continuar, a única coisa que eu peço, por favor, é que me deixem me defender da minha casa, eu quero ir para uma clínica particular (...). Eu peço a vocês, por favor, que me deixem curar ou morrer em casa", disse ele.
🔴🔵#HablemosClaro💬💬 | En su última participación en el juicio oral por el caso Interoceánica, el expresidente Alejandro Toledo reiteró que era inocente y pidió permanece en libertad para morir en casa o curarse de su enfermedad.📻 95.5 FM📡 6.1 señal digital abierta📺… pic.twitter.com/wBX8foAibZ
— Exitosa Noticias (@exitosape) October 16, 2024
Ele também mencionou que já havia passado três anos em prisão domiciliar nos EUA antes de ser extraditado para o Peru para ser julgado.
Mais problemas para Toledo
Toledo, que está sendo mantido na prisão presidencial de Barbadillo após ser entregue pelos EUA em abril de 2023, agora também pode ser investigado no caso Ecoteva, depois que os EUA prorrogaram sua extradição.
Esse caso envolve Toledo e sua esposa Eliane Karp, que é uma fugitiva da justiça peruana. Com essa medida, ele pode acabar recebendo outra sentença este ano, de acordo com a mídia local.
Ecoteva era o nome de uma das empresas que o casal supostamente criou na Costa Rica para lavar milhões de dólares. Os promotores estão pedindo 16 anos e 8 meses de prisão para Toledo.