Israel planeja retaliar França por proibição em exposição de armas

A decisão francesa ocorre em meio a tensões crescentes entre os dois países após críticas de Macron sobre as operações israelenses em Gaza e no Líbano.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel planeja tomar medidas contra a França devido à proibição da participação de empresas israelenses em uma exposição de armas,anunciou o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, em sua conta oficial no X.

Katz afirmou ter solicitado ajuda ao ministério para implementar ações diplomáticas legais contra a decisão do presidente francês Emmanuel Macron, que impediu as empresas israelenses de apresentar seus produtos na exposição Euronaval.

No dia 16 de outubro, os organizadores da Euronaval, programada para novembro na França, informaram que as empresas israelenses estavam vetadas de montar estandes ou exibir seus equipamentos militares, por decisão do governo francês, segundo o Le Monde.

O ministro israelense criticou o boicote às empresas de seu país, afirmando que essa seria a segunda vez que tais condições inaceitáveis são impostas, classificando a ação como antidemocrática.

Ele ressaltou ainda que Israel "é o único Estado na linha de frente na luta contra o regime islâmico radical", condenando a postura da França por não demonstrar apoio ao país.

Tensões crescentes

A decisão francesa ocorre em um contexto de tensões crescentes entre as nações, especialmente após comentários do presidente Macron, que criticou Israel pelas mortes de civis nas operações contra o Hezbollah no Líbano e o Hamas na Faixa de Gaza.

No início de outubro, Macron disse que era necessário cessar o fornecimento de armas a Israel para suas ações em Gaza, reiterando sua preocupação com a situação no enclave palestino, que persiste apesar dos pedidos de cessar-fogo.

Além disso, durante uma reunião ministerial em 15 de outubro, o presidente francês destacou que Israel não deveria ignorar a decisão da ONU que, segundo ele, criou o Estado de Israel, o que gerou críticas do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.