O presidente da França, Emmanuel Macron, criticou seus próprios ministros por terem vazado comentários sobre a criação de Israel pela ONU, feitos durante uma reunião com seu gabinete na terça-feira.
Durante a reunião ministerial, Macron afirmou que Benjamin Netanyahu "não deve esquecer que seu país foi criado por uma decisão da ONU", referindo-se à resolução de 1947.
Os comentários foram feitos no contexto das tensões entre Israel e a ONU, já que o quartel da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) foi atingido por um ataque israelense.
Em uma conferência de imprensa após a cúpula da UE em Bruxelas, na quinta-feira, Macron enfatizou que os ministros franceses "devem respeitar as regras e ser éticos, e não compartilhar comentários que sejam incompletos, falsos ou fora de contexto".
Ele afirmou que ficou "atônito" ao ver as reportagens da mídia sobre seus comentários feitos a portas fechadas.
"Eu falo o suficiente sobre a situação no Oriente Médio e não preciso de ventríloquos", declarou o presidente francês.
Tensões entre França e Israel
Em uma declaração citada pelo Times of Israel, o primeiro-ministro Netanyahu respondeu às declarações de Macron, afirmando que "não foi a resolução da ONU que estabeleceu o Estado de Israel, mas sim a vitória alcançada na Guerra da Independência com o sangue de combatentes heroicos, muitos dos quais eram sobreviventes do Holocausto, inclusive do regime de Vichy na França".
Além disso, no início de outubro, Macron pediu o fim da venda de armas para Israel, apelando por uma solução política para o conflito no Oriente Médio. A declaração do presidente francês foi criticada por Netanyahu como uma "desgraça".