A taxa de desemprego em Gaza disparou para quase 80% desde o início dos bombardeios israelenses sobre o território palestino, levando a economia local a um colapso completo, informou nesta quinta-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT), das Nações Unidas.
De acordo com o relatório da organização, o impacto devastador que atingiu a Faixa de Gaza fez a economia encolher 85% desde o começo do conflito, jogando a maior parte dos 2,3 milhões de habitantes da região na miséria.
O conflito causou "uma devastação sem precedentes e de grande alcance no mercado de trabalho e na economia em geral em todo o Território Palestino Ocupado", afirmou a OIT, referindo-se a Gaza e Cisjordânia.
"Impacto será sentido pelas próximas gerações"
Na Cisjordânia, o desemprego registou uma média de 34,9% entre outubro de 2023 e o final de setembro de 2024, enquanto a economia local encolheu 21,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a OIT.
O relatório aponta que, durante a segunda intifada palestina, em 2001, a recessão foi grave, mas o Produto Interno Bruto (PIB) real caiu 14,9%, menos da metade do declínio atual.
"O impacto da guerra em Gaza vai além das mortes, das condições humanitárias desesperadoras e da destruição física", afirmou a diretora regional da OIT para os Estados Árabes, Ruba Jaradat, alertando que os efeitos serão sentidos "pelas próximas gerações".