Netanyahu dá resposta dura a Macron, aprofundando o atrito diplomático

Anteriormente, o presidente francês pediu ao primeiro-ministro de Israel para que "não se esqueça de que seu país foi criado por uma decisão da ONU".

Benjamin Netanyahu respondeu às declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, que recentemente afirmou que o primeiro-ministro israelense "não deve esquecer que seu país foi criado por uma decisão da ONU".

Em resposta, Netanyahu declarou que as afirmações de Macron são "um sinal de ignorância histórica e desrespeito": "A ONU reconheceu o direito do povo judeu a um Estado, mas certamente não o criou. O povo judeu está ligado à terra de Israel há 3.500 anos", argumentou, acrescentando que "dizer que a ONU criou o Estado de Israel é uma distorção angustiante da história".

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro israelense reagiu ao embargo internacional solicitado pelo presidente francês sobre as armas usadas em Gaza e no Líbano. "Israel acredita que seus amigos na Europa, como a França, devem ficar ao seu lado", disse. "Embora não recebamos armas da França, considero esse pedido vergonhoso. Espero que a França mude sua política", concluiu.

Mais cedo, o gabinete do primeiro-ministro israelense respondeu a Macron nas redes sociais: "Um lembrete ao presidente da França: não foi a resolução da ONU que estabeleceu o Estado de Israel, mas sim a vitória alcançada na Guerra da Independência com o sangue de combatentes heroicos, muitos dos quais eram sobreviventes do Holocausto, inclusive do regime de Vichy na França."

Confronto entre Macron e Netanyahu

O novo atrito diplomático ocorre pouco após Macron ter exigido o fim da venda de armas ao país judeu. "Acho que a prioridade hoje é que voltemos a uma solução política, que paremos de entregar armas para lutar em Gaza", declarou na época. "A França não está entregando nenhuma", acrescentou.

Netanyahu, por sua vez, criticou as declarações do líder francês. "Hoje, Israel está se defendendo em sete frentes contra os inimigos da civilização", disse, apontando para Gaza, Líbano, Cisjordânia, Iêmen, Síria, Iraque e Irã. "O Irã está impondo um embargo de armas ao Hezbollah, aos Houthis, ao Hamas e a seus outros representantes? É claro que não", continuou.

"Mas os países que supostamente se opõem a esse eixo de terror estão pedindo um embargo de armas contra Israel - que vergonha", declarou o primeiro-ministro. Ele acrescentou que o país judeu vencerá mesmo sem o apoio deles, "mas a vergonha deles continuará por muito tempo depois que a guerra for vencida".