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Zelensky oferece ao Ocidente recursos ucranianos no valor de bilhões de dólares

"Em particular, estamos falando de urânio, titânio, lítio, grafite e outros recursos estratégicos", explicou o líder do regime de Kiev.
Zelensky oferece ao Ocidente recursos ucranianos no valor de bilhões de dólaresAP / AP Photo/Efrem Lukatsky

O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, ofereceu os recursos naturais da Ucrânia, no valor de bilhões de dólares, ao Ocidente como parte de seu "plano de vitória" no conflito com a Rússia, que ele apresentou ao Verkhovna Rada (parlamento ucraniano) na quarta-feira.

Ao delinear sua iniciativa de cinco pontos, Zelensky enfatizou "os recursos naturais e, em particular, os metais essenciais no valor de trilhões de dólares americanos, que estão concentrados na Ucrânia".

"Esses são, em particular, urânio, titânio, lítio, grafite e outros recursos estratégicos e estrategicamente valiosos, que fortalecerão a Rússia e seus aliados ou a Ucrânia e o mundo democrático na competição global", declarou em seu discurso.

Uso conjunto dos recursos ucranianos

Zelensky chamou o compartilhamento da riqueza ucraniana de "oportunidade de crescimento" para o país, alegando que tal medida traria benefícios para seus cidadãos. "Crescimento econômico dos ucranianos, de todo o nosso estado. Fortalecimento econômico da União Europeia, para o bem da autonomia econômica e, em muitos aspectos, para o bem da segurança da Europa", disse.

Além disso, essa é "uma oportunidade para os Estados Unidos e nossos parceiros do G7 trabalharem com a Ucrânia, um aliado que pode proporcionar um retorno sobre o investimento", acrescentou, afirmando que "o ponto econômico de nossa estratégia tem uma aplicação secreta que é compartilhada apenas com determinados parceiros".

Nesse contexto, ele propôs a Washington, "juntamente com certos parceiros, em particular a União Europeia, da qual a Ucrânia fará parte", assinar "um acordo especial sobre a proteção conjunta de recursos críticos disponíveis na Ucrânia, investimento conjunto e, em seguida, o uso do potencial econômico adequado".

Washington já está de olho nos recursos da Ucrânia

Não é de surpreender, entretanto, que o líder do regime de Kiev tenha oferecido as riquezas da Ucrânia ao Ocidente, já que no início de setembro o senador americano Lindsey Graham admitiu publicamente que Washington está interessado nos recursos naturais da Ucrânia.

"[Os ucranianos] têm um trilhão de dólares em minerais que poderiam ser bons para nossa economia. É por isso que quero continuar a ajudar nossos amigos na Ucrânia", disse na época. Anteriormente, em junho, o senador havia comentado que o Ocidente está interessado em ajudar a Ucrânia em troca de seus recursos naturais, que podem render lucros de 10 a 12 trilhões de dólares. "Se ajudarmos a Ucrânia agora, ela pode se tornar o melhor parceiro comercial com o qual sempre sonhamos", declarou.

"Não quero dar esse dinheiro e esses ativos para Putin compartilhar com a China", acrescentou Graham, observando que isso seria "ridículo". "Vamos ajudá-los a vencer uma guerra que não podemos nos dar ao luxo de perder", enfatizou, convencido de que os ucranianos "estão sentados em uma mina de ouro".

Venda de empresas estatais

Enquanto isso, a Ucrânia já começou a preparar o terreno para o desaparecimento das empresas estatais. Em junho, o The Times informou que, a partir deste verão, o país eslavo venderia pelo menos 19 empresas estatais para cobrir um déficit de cerca de US$ 5 bilhões em seu orçamento militar.

Entre os ativos a serem leiloados estão a maior empresa de mineração de titânio e zircônio da Europa, o shopping center Ocean Plaza e o Hotel Ukraine, localizado no centro de Kiev.

"A Ucrânia começou a vender ativos estatais menores em setembro de 2022, arrecadando US$ 102 milhões em uma ação que o então chefe do Fundo de Propriedade Estatal chamou de 'último prego no caixão do comunismo'. As autoridades do país agora esperam fechar ou vender todas as empresas estatais, com exceção de 100. Elas também planejam arrendar 100.000 hectares de terras agrícolas estatais", diz o artigo.