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Entenda o motivo alegado pelo governo para negar a volta do horário de verão

O ministro de Minas e Energia afirmou que as medidas de planejamento asseguraram a segurança energética, tornando desnecessária a adoção do horário de verão.
Entenda o motivo alegado pelo governo para negar a volta do horário de verãoTauan Alencar

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o horário de verão não será reimplementado em 2024. A decisão foi comunicada durante uma coletiva de imprensa em Brasília, na quarta-feira, após uma análise detalhada realizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Silveira afirmou que as medidas de planejamento adotadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) garantiram a segurança energética para este ano, tornando desnecessária a adoção do horário de verão.

"Nós, hoje, na última reunião com o ONS, chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período, para este verão. As medidas de planejamento adotadas pelo MME garantiram a segurança energética, diminuindo o impacto do horário para este ano", declarou o ministro.

Ele destacou que, desde 2023, o Brasil não enfrenta risco de desabastecimento de energia. A discussão sobre o horário de verão se concentrou no planejamento para 2024 e nos anos seguintes, com o objetivo de garantir o suprimento energético a preços acessíveis para os consumidores. Silveira enfatizou que o horário de verão deve ser considerado como uma política pública.

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), o Brasil está enfrentando a pior seca dos últimos 74 anos. Em resposta, o ministro mencionou a necessidade de ações planejadas e emergenciais para assegurar a segurança energética do país, resultando em 49% de água armazenada nos reservatórios.

Entre as ações implementadas, destacam-se a preservação dos recursos da bacia do Rio Paraná e a operação excepcional do reservatório da Usina de Belo Monte, que não impactou as comunidades ribeirinhas. Além disso, foram maximizados os recursos termelétricos disponíveis e minimizado o despacho das usinas do Norte do Brasil, visando utilizar a geração hidrelétrica de forma mais eficiente.

"Com a gestão eficiente dos nossos reservatórios, conseguimos garantir o fornecimento de energia para o país", ressaltou Silveira.

O ministro também apresentou um novo relatório do ONS, que sugere que a adoção do horário de verão é uma medida importante e estrutural, podendo ser considerada para aumentar a segurança do sistema e a modicidade tarifária a partir de 2025, se necessário. "Nós temos a segurança energética assegurada para este ano, há o início de um processo de restabelecimento ainda muito modesto da nossa condição hídrica. Temos condições de chegar depois do verão em condição de avaliar, sim, a volta dessa política em 2025", concluiu.

Silveira lembrou que a decisão foi amplamente discutida com diversos setores técnicos e da sociedade, incluindo a indústria, bares e restaurantes, companhias aéreas e representantes dos consumidores.

No início do mes, Silveira tinha anunciado que o horário de verão poderia ser retomado em breve devido aos problemas de segurança energética enfrentados pelo Brasil.