China divulga plano para liderar exploração espacial até 2050

As agências espaciais chinesas planejam estabelecer o país como líder global no espaço, com ênfase na busca por vida extraterrestre e avanços em mecânica quântica.

As principais agências espaciais e científicas da China apresentaram um plano abrangente com o objetivo de estabelecer o país como líder mundial no setor espacial até 2050. O documento destaca 17 áreas prioritárias para desenvolvimento, incluindo a pesquisa por planetas habitáveis, a busca por vida extraterrestre e estudos em mecânica quântica.

Este programa, que será implementado em três etapas, foi desenvolvido em colaboração pela Academia Chinesa de Ciências (CAS), pela Administração Espacial Nacional da China (CNSA) e pela Agência Espacial Tripulada da China (CMSA).

O plano delineia cinco temas centrais que orientarão as missões científicas espaciais: o (1) universo extremo; (2) as ondulações espaço-tempo; (3) a interação entre o Sol e a Terra; (4) a busca por planetas habitáveis; e (5) as ciências biológicas e físicas no espaço. A informação foi divulgada por Ding Chibiao, vice-presidente da CAS, em coletiva à imprensa.

Ganhando impulso

"Trabalharemos para alcançar a meta estratégica em três etapas: a ciência espacial da China dará seu primeiro passo em 2027, posicionando-se entre os principais países do mundo em áreas relevantes até 2035 e se tornando a grande potência global em ciência espacial em 2050", afirmou Wang Chi, diretor do Centro Nacional de Ciência Espacial da CAS, durante uma coletiva em Pequim.

Na fase inicial, que vai até 2027, a China concentrará esforços na operação de sua estação espacial e em projetos de exploração lunar e planetária. Durante esse período, entre cinco e oito missões de ciência espacial estão previstas.

Na segunda fase, que ocorrerá de 2028 a 2035, será construída uma estação internacional de pesquisa lunar, liderada pela China, com a realização de cerca de 15 missões científicas via satélites.

Finalmente, entre 2036 e 2050, o país planeja lançar mais de 30 missões científicas espaciais.

Alcançando e ultrapassando

"A tecnologia espacial chinesa avançou consideravelmente, e algumas áreas estão na vanguarda internacional", enfatizou Ding Chibiao. Contudo, ele ressaltou que ainda existem lacunas em relação às potências espaciais mundiais, que devem ser resolvidas com urgência.

Através de seu ambicioso programa, a China almeja, até 2050, superar os Estados Unidos, que são vistos como os líderes do setor, tanto pelas missões da NASA, financiadas pelo governo, quanto por iniciativas de empresas privadas, como a SpaceX.

Os êxitos dos EUA incluem testes bem-sucedidos de foguetes reutilizáveis, o lançamento do maior telescópio espacial, o James Webb, vários rovers em Marte e planos ousados para enviar astronautas ao planeta vermelho já na próxima década.

Apesar de ter iniciado seu programa espacial muito mais tarde do que outras potências, a China já alcançou avanços significativos, como o lançamento de sua própria estação espacial, a Tiangong, e o feito que foi ter sido o primeiro país a recolher amostras de solo do lado oculto da Lua. Atualmente, a missão Tianwen-3 busca trazer amostras de Marte para a Terra antes dos EUA, conforme reportado pelo SCMP nesta quinta-feira.