Sul da África enfrenta a pior crise alimentar em décadas, alerta ONU

Seca histórica no sul da África ameaça 27 milhões de vidas, enquanto falta de recursos limita resposta humanitária.

Milhões de pessoas no sul da África enfrentam a pior crise alimentar em décadas devido à seca severa que atinge a região há meses, informou o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) na terça-feira.

A seca, causada pelo fenômeno climático El Niño, devastou plantações, matou animais e deixou comunidades sem alimentos suficientes, afirmou Tomson Phiri, porta-voz do PMA, descrevendo a situação como uma potencial "catástrofe humana em grande escala".

Condições de seca sem precedentes foram registradas em cinco países: Lesoto, Malaui, Namíbia, Zâmbia e Zimbábue, enquanto Angola e Moçambique também sofreram impactos graves.

O PMA planeja fornecer alimentos e assistência financeira a mais de 6,5 milhões de pessoas nos sete países mais afetados, mas até agora os estados receberam apenas 20% dos US$ 369 milhões necessários, devido à falta de financiamento.

"Uma seca histórica, a pior crise alimentar já registrada, devastou mais de 27 milhões de vidas na região. Cerca de 21 milhões de crianças no sul da África estão desnutridas", alertou Phiri, apelando por ajuda humanitária internacional.

O PMA estima que a situação humanitária, já crítica, está sendo agravada pelo aumento drástico dos preços dos alimentos e pela escassez de recursos.