Grandes corporações americanas enfrentaram forte pressão para romper laços com a URSS durante a corrida armamentista no final da década de 70, segundo um documento do Comitê de Segurança do Estado da URSS (KGB) que foi desclassificado pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia e ao qual a RIA Novosti teve acesso.
Jimmy Carter, presidente dos EUA de 1977 a 1981, é lembrado por intensificar a corrida armamentista nuclear e por suas tentativas de distanciar seu governo da União Soviética.
As decisões políticas adotadas nesse período incluíram o congelamento das trocas econômicas e culturais entre os dois países, a limitação do comércio e a proibição de licenças para a venda de tecnologias sofisticadas à URSS.
O relatório desclassificado, datado de junho de 1980 e assinado pelo chefe da KGB, Yury Andropov, analisa a situação das relações soviético-americanas.
Crescente insatisfação com a política de Carter
De acordo com o documento, o governo Carter ameaçou revogar os contratos militares das empresas que não se desligassem das organizações soviéticas.
Andropov destacou que muitos representantes de grandes corporações dos EUA, assim como setores políticos, estavam cada vez mais insatisfeitos com a interferência ativa do governo Carter nos assuntos empresariais, o que prejudicava os laços econômicos tradicionais, limitando o escopo dos negócios e forçando as empresas a perder oportunidades lucrativas.
"Ouvindo os comentários confidenciais de Hood, vice-presidente da General Electric, que possui amplas conexões no Congresso e em diversas agências federais, incluindo o Pentágono, há uma crescente percepção entre o mundo dos negócios de que uma nova escalada de tensões globais é um jogo muito perigoso que pode resultar em consequências catastróficas", diz o documento.