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Alemanha suspende envio de armas a Israel por falta de garantias de proteção a civis em Gaza

A decisão de não enviar armamentos gerou tensões políticas internas, e ressalta as exigências da legislação alemã em relação ao direito humanitário.
Alemanha suspende envio de armas a Israel por falta de garantias de proteção a civis em GazaGettyimages.ru / picture alliance

A Alemanha tem se recusado a enviar armas para Israel, a menos que o país forneça uma garantia por escrito de que elas não serão usadas contra civis em Gaza, segundo informações da mídia alemã controlada pela editora Axel Springer.

Desde março, a Alemanha não aprovou nenhuma venda de armas para Israel, bloqueando as entregas, apesar de afirmar que o Estado judeu não está sob embargo, informou o Politico na segunda-feira, confirmando as informações publicadas no fim de semana pela agência de notícias Bild.

Conforme a Bild, o bloqueio ao fornecimento de armas foi imposto por membros do Partido Verde, que integra o governo liderado por Olaf Scholz. A ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, e o ministro da Economia, Robert Habeck, foram identificados como os responsáveis por "bloquear novas entregas", demandando garantias de que Israel não atingirá civis com armas alemãs.

"As entregas de armas a Israel devem respeitar as regras do direito humanitário internacional", declarou ao Politico uma fonte, acrescentando que, caso o governo não exija tal compromisso, um tribunal administrativo alemão poderia suspender o fornecimento. Israel está atualmente enfrentando acusações de cometer genocídio na Corte Internacional de Justiça.

Postura de Alemanha

A legislação alemã determina que o governo deve assegurar que as armas fornecidas não sejam usadas contra alvos civis, e várias ações judiciais contra o envio de armas pela Alemanha já foram iniciadas, conforme a mídia.

Entretanto, a decisão dos verdes gerou críticas da oposição, que considerou a recusa como "absurda", segundo a Bild. As críticas também se estenderam ao chanceler alemão Olaf Scholz, mesmo que ele não pertença ao Partido Verde. "Scholz, como presidente do Conselho Federal de Segurança, também é responsável por isso", afirmou Friedrich Merz, líder da União Democrata Cristã, ao Bild.

O Politico destacou que o governo alemão não considera as ações de Israel na Faixa de Gaza, onde mais de 42 mil pessoas perderam a vida, a maioria mulheres e crianças, como genocídio.

Anteriormente, a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, havia manifestado apoio a Israel em meio a ataques iranianos com mísseis balísticos, condenando o lançamento de mísseis e ressaltando que "o direito humanitário internacional e o direito de Israel de existir estão inextricavelmente ligados".