EUA reagem a exercícios militares chineses ao redor de Taiwan

"Essa operação de pressão militar é irresponsável, desproporcional e desestabilizadora", disse o secretário de imprensa do Pentágono.

O Pentágono condenou, nesta segunda-feira, os recentes exercícios militares da China no Estreito de Taiwan, classificando-os como "irresponsáveis" e "desestabilizadores". As manobras Joint Sword-2024B envolveram tropas do Exército, da Marinha, da Força Aérea e mísseis do gigante asiático.

"Estamos acompanhando de perto o exercício Joint Sword-2024B do Exército de Libertação Popular em Taiwan. Esta operação de pressão militar é irresponsável, desproporcional e desestabilizadora", afirmou o secretário de imprensa do Departamento de Defesa dos EUA, Pat Ryder, em comunicado, defendendo um discurso anterior do líder taiwanês Lai Ching-te, no qual ele prometeu manter a "independência" da ilha.

"Continuaremos trabalhando com aliados e parceiros para promover nossa visão compartilhada de um Indo-Pacífico livre e aberto, apesar do comportamento desestabilizador da República Popular da China", acrescentou.

Mais cedo, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, afirmou que seu país estava "seriamente preocupado" com os exercícios militares. "A resposta militar provocativa da República Popular da China a um discurso anual de rotina é injustificada e coloca em risco uma escalada", disse ele.

Ao ser questionada sobre os comentários de Miller, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, declarou que a questão de Taiwan é um assunto interno do país. "Se os Estados Unidos realmente se importam com a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e com a prosperidade regional, devem respeitar o princípio de uma só China", concluiu.

Manobras de "alerta"

Os exercícios Joint Sword-2024B contaram com tropas do Exército, da Marinha, da Força Aérea e da Força de Foguetes, que realizaram patrulhas conjuntas de prontidão de combate marítimo e aéreo, praticando o bloqueio de portos e áreas estratégicas, além de ataques a alvos marítimos e terrestres, buscando alcançar superioridade abrangente.

"Com navios e aeronaves se aproximando da ilha de Taiwan por diferentes direções", os exercícios também servem como um "aviso severo aos atos separatistas das forças 'pró-independência'" de Taiwan, afirmou o capitão Li Xi, porta-voz do Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular da China.