EUA estão prontos para discutir questão nuclear com a Rússia, diz Biden

Rússia considera necessária a discussão, mas reforça necessidade de abordar questões de segurança mais amplas antes de avançar em negociações sobre a redução de arsenais nucleares.

Os Estados Unidos estão dispostos a discutir questões de segurança nuclear com a Rússia, China e Coreia do Norte, declarou o presidente norte-americano, Joe Biden, no domingo. A declaração foi feita enquanto o presidente comemorava a vitória da organização japonesa contra armas nucleares Nihon Hidankyo, vencedora do Prêmio Nobel da Paz.

Biden elogiou Nihon Hidankyo por "seu trabalho histórico para garantir que as armas nucleares nunca mais sejam usadas" e expressou o desejo de colaborar com outras potências nucleares para reduzir a ameaça nuclear.

"Os Estados Unidos estão prontos para iniciar conversas com a Rússia, China e Coreia do Norte sem condições prévias para diminuir a ameaça nuclear. Não há nenhum benefício para nossas nações ou para o mundo em interromper o progresso na redução dos arsenais nucleares", declarou o presidente dos EUA.

Vale destacar que a Nihon Hidankyo foi formada por sobreviventes das cidades de Hiroshima e Nagasaki, que sofreram bombardeios nucleares dos EUA durante os estágios finais da Segunda Guerra Mundial. A organização recebeu o Prêmio Nobel da Paz deste ano "por seus esforços em alcançar um mundo livre de armas nucleares".

Posição da Rússia

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou na segunda-feira, de acordo com a mídia russa, que, embora as negociações sobre a redução de armas nucleares sejam necessárias, elas não são possíveis no contexto de confrontos diretos ou indiretos entre a Rússia e outras potências nucleares, sem conectar essas discussões a outras questões de segurança.

Em setembro, a Rússia anunciou mudanças em sua doutrina nuclear, levando em consideração a possibilidade de ataques de potências nucleares, ou seus aliados, contra o território russo

A nova doutrina russa considerará qualquer agressão contra a Rússia ou sua aliada mais próxima, Belarus, "por um Estado não nuclear, mas com o apoio ou participação de um Estado nuclear" como um "ataque conjunto", que poderá desencadear uma resposta nuclear.