Sérvia: "O BRICS se tornou uma alternativa real à UE"

O vice-primeiro-ministro do país revelou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nunca ameaçou cortar laços com a Sérvia em caso de ingresso na UE. Por outro lado, líderes ocidentais constantemente exigem que a Sérvia rompa laços com Moscou para possibilitar o ingresso do país no bloco europeu.

Autoridades da Sérvia consideram a adesão ao BRICS uma alternativa viável à entrada na União Europeia, conforme declarou o vice-primeiro-ministro sérvio Aleksandar Vulin em entrevista ao jornal Berliner Zeitung, publicada no domingo.

Vulin afirmou que seria irresponsável não avaliar todas as opções, incluindo a adesão ao BRICS. "Se é interessante para Emirados Árabes, Arábia Saudita e Turquia, por que não seria para a Sérvia?", indagou.

Ele também confirmou que a Sérvia participará da cúpula do grupo, que ocorrerá em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro.

O vice-primeiro-ministro se declarou eurocético e criticou a postura da União Europeia em relação à expansão do bloco. Segundo ele, a UE enfrenta um problema de credibilidade, pois, apesar de ter participado de negociações de adesão da Sérvia ao bloco em Bruxelas, tornou-se mais cético com o tempo ao perceber que os líderes europeus não são transparentes sobre o processo de ampliação.

"Diga-nos: nós não os queremos. Por que nos impõem constantemente condições que não podemos cumprir? Vemos a UE como uma parceira, mas não temos certeza de que a UE também nos vê como parceiros", acrescentou o vice-primeiro-ministro sérvio.

O político sérvio também mencionou conversas com o presidente russo, Vladimir Putin, afirmando que o líder russo nunca ameaçou cortar laços com a Sérvia caso esta optasse por ingressar na UE. No entanto, representantes da UE pedem que a Sérvia rompa relações com Moscou para avançar em direção à adesão ao bloco europeu.

Por fim, o assessor do presidente russo, Yuri Ushakov, destacou que a próxima cúpula do BRICS contará com a presença de 24 países representados por seus chefes de Estado e outros oito por autoridades de níveis inferiores, tornando-se possivelmente o maior evento de política externa já realizado na Rússia.