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Novo primeiro-ministro japonês nomeia os EUA ao falar sobre Hiroshima, em contraste com antecessor

O ex-primeiro-ministro Fumio Kishida concluiu seu mandato sem atender aos apelos de segmentos da população japonesa que exigiam um pedido de desculpas formal de Washington.
Novo primeiro-ministro japonês nomeia os EUA ao falar sobre Hiroshima, em contraste com antecessorGettyimages.ru / Anadolu

Nesta semana, o novo primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, fez um resgate histórico dos bombardeios atômicos contra Hiroshima enquanto falava sobre a questão nuclear em um debate televisionado pela emissora japonesa NHK. O político fez uma associação direta entre os Estados Unidos e os ataques:

"Nunca esquecerei o choque que senti quando estava na sexta série do ensino fundamental e vi as imagens das consequências da bomba atômica que os EUA lançaram sobre Hiroshima", disse Ishiba.

A declaração representa um contraste significativo com Fumio Kishida, antecessor direto do atual primeiro-ministro. Isso porque durante seus pronunciamentos sobre a tragédia, Kishida evitava mencionar Washington, apesar dos EUA serem o único país da história a terem utilizado armas nucleares em um conflito armado.

Em agosto deste ano, no 79º aniversário do ataque, por exemplo, o político se limitou a dizer que o Japão foi "o único país que vivenciou o uso de armas nucleares". Em outro segmento do discurso, Kishida passou para o tópico do conflito ucraniano, preferindo atentar-se à suposta "ameaça nuclear da Rússia".

Nesse contexto, Kishida concluiu o seu mandato sem ouvir aos apelos de segmentos da própria população japonesa, que exigiam que o ex-primeiro-ministro, cujas origens remontam à Hiroshima, fizesse uma solicitação por um pedido de desculpas formal dos EUA. 

  • Shigeru Ishiba atua como primeiro-ministro do Japão desde o dia 1 de outubro, quando o governo anterior renunciou e abriu caminho para a formação de um novo gabinete. 
  • Dentre suas propostas, consta a criação de uma espécie de "OTAN da Ásia" contra a crescente influência de Pequim e Pyongyang na região. Para ele, um sistema obrigando os EUA a "defenderem" os países asiáticos tornaria o continente mais seguro.