A Boeing está planejando reduzir sua força de trabalho em cerca de 10%, anunciou a fabricante de aeronaves norte-americana em um comunicado. A medida afetará cerca de 17.000 empregos.
Os cortes, previstos para ser implementados nos próximos meses, incluirão executivos, gerentes e funcionários.
"Precisamos realinhar nossa força de trabalho para nos adequarmos à nossa realidade financeira e a um conjunto de prioridades mais concretas", explicou o CEO Kelly Ortberg em uma mensagem aos funcionários.
Ele também previu atrasos na entrega de aeronaves Boeing 777X, devido aos desafios que a empresa tem enfrentado em seu desenvolvimento, bem como a pausa nos testes de voo e a contínua paralisação do trabalho.
"Notificamos os clientes que agora esperamos fazer a primeira entrega em 2026", disse ele.
A entrega ocorrerá, portanto, um ano mais tarde do que o previsto anteriormente. O programa foi adiado várias vezes desde que a Boeing o lançou em 2013, quando a primeira entrega estava prevista para 2020.
Ortberg também disse que são esperadas mais perdas substanciais nos contratos de defesa de preço fixo, impulsionadas pela paralisação do trabalho em derivados comerciais, desafios contínuos do programa e a decisão de encerrar a produção do cargueiro 767.
Greve que custa mais de US$ 1 bilhão por mês
O anúncio ocorre quase um mês depois que os membros de seu maior sindicato rejeitaram uma oferta de contrato e iniciaram uma greve que, segundo a S&P, está custando à empresa mais de US$ 1 bilhão por mês.
Funcionários da Boeing estão exigindo um aumento salarial de 40% ao longo de quatro anos e o restabelecimento de uma pensão com benefícios definidos, que foi removida de seu contrato. Mais de 90% dos trabalhadores rejeitaram uma oferta de aumento salarial de 25% em quatro anos antes de entrarem em greve.
Em setembro, a Boeing apresentou uma oferta melhorada, descrita como "melhor e definitiva", que oferecia aos trabalhadores um aumento de 30% e restabelecia um bônus por desempenho, mas o sindicato afirmou, segundo uma enquete realizada entre seus membros, que isso não era suficiente.
Esta semana, a Boeing chamou as exigências dos trabalhadores de "inegociáveis" e retirou sua oferta salarial, descartando novas negociações com seus representantes sindicais enquanto a greve continua.