Leilão de crânio humano é cancelado no Reino Unido após protestos

O artefato remonta à era colonial britânica, quando restos humanos eram levados como troféus e chegavam a vários museus e coleções particulares na Europa e nos EUA.

Uma casa de leilões britânica retirou de venda um crânio humano do século XIX após uma polêmica desencadeada por ativistas de uma comunidade nativa indiana que exigiram sua devolução, informou recentemente a mídia local.

O crânio pertenceria à tribo Naga, um grupo étnico indígena que habita as colinas do nordeste da Índia.

O artefato fazia parte de uma coleção mais ampla de crânios e cabeças encolhidas de todo o mundo, que seriam vendidos na casa de leilões The Swan, em Oxfordshire, Inglaterra, na quarta-feira.

O leilão estava programado para esta semana na Swan Auction Galleries, em Tetsworth, Oxfordshire. Especialistas estimavam que o crânio poderia ser vendido por cerca de 4 mil libras (cerca de R$ 30 mil).

"Essa peça seria de particular interesse para colecionadores com foco em antropologia e culturas tribais", dizia a descrição do lote, segundo a agência de notícias PTI. O leilão incluía restos humanos de outras tribos da Índia, Mianmar, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, Nigéria, Congo e Benin.

Em uma carta aberta, ativistas indianos criticaram a venda do artefato, afirmando que se tratava de um "ato de desumanização" e "violência colonial contínua".

"A notícia do leilão de restos humanos Naga no Reino Unido foi recebida de forma negativa por todos os setores, pois é uma questão altamente emocional e sagrada para o nosso povo", disse Neiphiu Rio, ministro-chefe do estado indiano de Nagaland. "É um costume tradicional de nosso povo prestar o maior respeito e honra aos restos mortais", concluiu.