Lula relembra 2016 e presta solidariedade a Petro
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, expressou na quinta-feira solidariedade ao seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, o qual tinha denunciado na terça-feira uma tentativa de "golpe de Estado" após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter iniciado uma investigação por supostas irregularidades no financiamento da sua campanha em 2022.
O mandatário brasileiro enfatizou a importância de respeitar o "devido processo legal", já que a ausência de bases legais para julgar presidente poderia levar à desconsideração da vontade popular, como, de acordo com suas palavras, aconteceu em seu país.
"Como alguém que já foi vítima de todo tipo de perseguição política, manifesto minha solidariedade ao presidente Gustavo Petro", afirmou Lula em sua conta no X, acrescentando que "não se pode abrir mão do devido processo legal, ainda mais quando o que está em jogo é a vontade do povo expressa democraticamente pelas urnas".
Caso do Brasil
Ao mesmo tempo, Lula comparou o caso do presidente colombiano à situação política do ano 2016 no Brasil, quando ocorreu um processo de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff.
O mandatário brasileiro declarou que Dilma "foi vítima de um processo de impeachment sem fundamentação legal", destacando que, segundo ele, a decisão deu início a um "período turbulento e traumático" no Brasil.
"Golpe de Estado"
Em 8 de outubro, Gustavo Petro denunciou que "um golpe de estado" tinha sido iniciado contra ele depois que o Conselho Nacional Eleitoral tinha anunciado que ele e três membros de sua campanha seriam investigados por supostamente terem excedido os limites de financiamento estabelecidos para a corrida de 2022.
De acordo com a legislação nacional, o chefe de Estado colombiano observou que o órgão eleitoral não tem o poder de investigá-lo. Além disso, em várias publicações, ele esclareceu que as acusações do CNE não se sustentam na realidade, uma vez que não correspondem a gastos de campanha e até mesmo se baseiam em faturas erradas.
Por sua vez, o governo colombiano solicitou medidas "provisórias" para o dignitário perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, enquanto a bancada do partido no poder colombiano pediu às Nações Unidas que fizessem "um apelo internacional para a defesa" de seu mandato, já que essas são "manobras" para "minar a governabilidade" e ameaçar a "estabilidade democrática".