Entenda como pornografia deepfake destrói a vida de mulheres na Coreia do Sul
A Coreia do Sul está lidando com um dilúvio de imagens e vídeos explícitos que se tornaram cada vez mais acessíveis, informa a AP.
O legislativo sul-coreano aprovou na passada semana um projeto de lei que criminaliza a posse ou visualização de imagens e vídeos deepfake sexualmente explícitos, com penas que incluem prisão e multas.
Atualmente, o projeto de lei prevê até três anos de prisão ou uma multa de 30 milhões de won (cerca de R$ 122 mil) para qualquer pessoa que compre, guarde ou assista a este tipo de conteúdos. Quando entrar em vigor, a pena máxima para estes crimes aumentará até sete anos, independentemente da intenção.
Uma das vítimas disse em entrevista à agência que sentiu-se "esmagada", "mesmo que não tenha sido um ataque físico direto ao meu corpo", acrescentou.
Três anos após ter recebido as imagens falsas que a mostram nua, a mulher de 30 anos, que prefere não divulgar a sua identidade, ainda está tentando superar o trauma. Segundo a vítima, cada vez que fala com homens e usa um celular, sente-se de novo em um "pesadelo".
A maioria dos suspeitos são adolescentes
De acordo com a AP, a maioria das pessoas que cria e partilha este tipo de conteúdos são adolescentes do sexo masculino, que atacam suas amigas, conhecidas e até familiares, na maioria dos casos menores de idade.
O tema da pornografia deepfake ganhou novo fôlego em agosto, após ter sido divulgada uma lista, não oficial, das escolas no país com as vítimas. As escolas não foram verificadas, mas autoridades sul-coreanas, inclusive o presidente do país, já confirmaram o registro de um aumento de conteúdos deepfake explícitos nas redes sociais.
Em 2024, 387 pessoas foram detidas por suspeitas de crimes relacionados com imagens deepfake, 80% delas são adolescentes do sexo masculino.