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Maduro sobre 12 de outubro: "É o dia em que o genocídio começou"

O presidente da Venezuela condena a celebração do Dia de Colombo, ressaltando que a data simboliza genocídio e colonialismo, enquanto destaca a importância do Dia da Resistência para os povos latino-americanos.
Maduro sobre 12 de outubro: "É o dia em que o genocídio começou"Gettyimages.ru / picture alliance

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, demonstrou sua indignação na quarta-feira, durante uma visita ao Instituto Venezuelano de Pesquisas Científicas, em relação à comemoração do feriado nacional da Espanha. Essa data, que remete a 12 de outubro de 1492, marca a chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano e é vista por muitos como um símbolo de opressão.

"Neste dia, eles celebram o Dia de Colombo, o Dia da Espanha. Não poderiam escolher outra data? Para toda a América, especialmente para nós, o 12 de outubro representa o início do genocídio, do extermínio, da escravidão e do colonialismo; não é um dia para ser festejado", criticou o presidente, que destacou que "é um dia de sangue".

Nesse sentido, Maduro enfatizou que, para os povos da América Latina, o dia 12 de outubro deve ser reconhecido como o "Dia da Resistência", um marco que, para Maduro, simboliza a luta pela vida, pela liberdade e pela construção de uma identidade republicana em oposição à monarquia.

Tensão diplomática entre México e Espanha

Além disso, o presidente recordou que, em 2019, o então presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, exigiu oficialmente um pedido de desculpas do rei Felipe VI da Espanha pelos erros históricos cometidos contra os povos indígenas durante a conquista. "O rei da Espanha, em sua arrogância, respondeu: 'Não temos nada [para pedir desculpas]'", ressaltou Maduro.

Esse episódio gerou uma recente tensão diplomática entre o México e a Espanha. A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, decidiu não convidar o rei espanhol para sua cerimônia de posse, devido à recusa do monarca em emitir um pedido público de desculpas pelas ofensas da conquista, ocorrida no século XVI.

Em resposta à atitude de Sheinbaum, o governo espanhol fez um protesto formal e optou por não enviar representantes oficiais ao evento.

Na última sexta-feira, o rei Felipe VI afirmou que a relação com os países da América Latina é "tão profunda" que possibilita "falar francamente" sobre as "discrepâncias inevitáveis" surgidas ao longo de séculos de história compartilhada, enfatizando que essas divergências devem sempre ser tratadas "com respeito e amizade".

Por fim, o secretário mexicano de Relações Exteriores, Juan Ramón de la Fuente, garantiu, em 8 de outubro, que os laços entre o México e a Espanha não sofreriam rupturas, apesar das tensões recentes.