A China impôs taxas provisórias sobre o conhaque originário da União Europeia, poucos dias após os países do bloco apoiarem a taxação de veículos elétricos fabricados no país asiático.
As medidas antidumping temporárias sobre as bebidas europeias variam de 30,6% a 39,0% e entrarão em vigor no dia 11 de outubro, informou o Ministério do Comércio da China em comunicado divulgado nesta terça-feira.
O ministério não especificou o prazo de vigência das taxas, que deverão ser pagas por meio de um depósito destinado à agência alfandegária chinesa.
A China havia iniciado uma investigação antidumping sobre as importações de destilados de vinha da União Europeia em janeiro. Em agosto, o órgão divulgou que suas conclusões preliminares indicavam que os produtores europeus estariam comercializando os produtos na China por valores abaixo dos preços de mercado, o que poderia prejudicar gravemente os fabricantes locais.
Além disso, as autoridades chinesas lançaram investigações antimonopolistas sobre a importação de carne suína e produtos lácteos da União Europeia. Essas medidas se deram depois da investigação iniciada pela Bélgica, no ano passado, sobre os veículos elétricos chineses, sinalizando uma intensificação das tensões comerciais entre Pequim e Bruxelas.
A França, maior produtora de conhaque da UE, foi um dos dez países da União Europeia que, na semana passada, votaram a favor de aumentar as tarifas sobre os veículos elétricos chineses.
Na mesma semana, a Comissão Europeia anunciou que sua decisão de aplicar tarifas de até 35,3% sobre os veículos elétricos fabricados na China foi apoiada pela maioria dos Estados-membros. Os novos impostos devem entrar em vigor no fim de outubro, além dos 10% já cobrados pela UE sobre carros importados.
Bruxelas justificou as tarifas como uma medida necessária para proteger as montadoras europeias do que considera ser concorrência desleal, alegando que as empresas chinesas são beneficiadas por subsídios governamentais.
A Alemanha, grande produtora de automóveis, manifestou oposição às tarifas, juntamente com a Hungria, alertando sobre os riscos de uma "guerra comercial" e defendendo uma solução negociada.