Dissidentes das FARC assaltam sede de banco da Colômbia
Pelo menos 40 guerrilheiros das chamadas dissidências das FARC entraram nesta terça-feira no município de Corinto, em Cauca, e assaltaram uma sede do Banco Agrário da Colômbia, informa a mídia local.
Estão circulando nas redes sociais imagens atribuídas ao momento em que os supostos guerrilheiros entraram na cidade. De acordo com as primeiras informações, os dissidentes atacaram a delegacia de polícia.
Até o momento, não há informações sobre número de mortos ou feridos, mas em vídeos compartilhados por internautas nas redes sociais, é possível ouvir tiros e gritos. Aparentemente, membros dos dissidentes teriam instalado explosivos em uma ponte que liga Corinto ao município de Miranda, de acordo com o telejornal Noticias Caracol.
A imprensa local informa que os combates continuam entre as autoridades e os guerrilheiros. Enquanto isso, a população se abriga em suas casas em meio à troca de tiros no centro da cidade.
"Essas balas nos fizeram acordar, a essa hora eles estão atacando a estação e, como a polícia está respondendo ao ataque, o que temos agora é um intenso combate nas ruas, enquanto nos escondemos em nossas casas", disse um morador dessa localidade ao El País de Cali.
Segundo informações da imprensa, enquanto a sede do banco de Corinto estava sendo assaltada, as dissidências do bloco "Dagoberto Ramos" roubaram a mesma instituição financeira, mas no município de Caloto, no momento em que vários cidadãos estavam recebendo um subsídio do governo.
O prefeito de Caloto, Óscar Hernán Cifuentes, teria avaliado o roubo em 15 milhões de pesos (pouco mais de US$ 3.500) no banco de seu município. Por sua vez, a Terceira Divisão do Exército confirmou que está "lutando com a estrutura residual de Dagoberto Ramos no município de Corinto, após um ataque no centro da cidade desse município".
"As tropas reforçaram seu posicionamento na área e as manobras estão sendo realizadas em coordenação com a Polícia de Cauca", escreveu a divisão na rede social X.
O ataque ocorre dias depois de vários massacres terem sido registrados em Cauca, onde operam dois blocos dissidentes: a "Frente 57 Yair Bermúdez" e a "Dagoberto Ramos". A área também está sob o flagelo de gangues locais que lutam pelo controle do território.
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) alertou esta semana sobre o aumento de assassinatos de signatários do acordo de paz entre o governo e a extinta guerrilha das FARC, e considerou que o fenômeno pode ser devido a uma dinâmica de pressão e ameaças daqueles que não querem depor as armas.