Israel dificilmente atacará instalações nucleares do Irã em resposta ao ataque de mísseis da República Islâmica, informou na segunda-feira o jornal New York Times, citando oficiais israelenses como fontes.
"Pelo menos inicialmente, parece improvável que Israel vá atrás dos principais alvos nucleares do país", escreveu o jornal, acrescentando, no entanto, que tais alvos "podem ser reservados para mais tarde" se o Irã "intensificar seus próprios contra-ataques".
A razão para esse possível recuo, de acordo com os funcionários israelenses citados pelo NY Times, são as dúvidas sobre a real capacidade de Israel de causar danos significativos às instalações nucleares do Irã.
Contudo, segundo funcionários e especialistas norte-americanos, este é o momento certo para agir e adiar o programa nuclear do Irã por anos.
Maior oportunidade
Israel agora tem sua melhor oportunidade em 50 anos para mudar a dinâmica do Oriente Médio, lembrou o jornal, citando o ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett, que declarou em sua conta no X que Israel deveria "agir imediatamente para destruir o programa nuclear do Irã".
O ex-primeiro-ministro acrescentou que seu país tem "justificativas e ferramentas" para atacar o país persa. "Agora que o Hezbollah e o Hamas estão paralisados, o Irã está exposto", enfatizou.
Retaliação da retaliação
Na noite de 1º de outubro, o Irã lançou cerca de 200 mísseis balísticos contra o território de Israel. De acordo com o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, o ataque foi uma retaliação aos assassinatos do líder palestino do Hamas, Ismail Haniyeh, do líder xiita libanês do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do conselheiro militar iraniano no Líbano, Abbas Nilforushan.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu "retaliar contra os inimigos". Segundo a mídia israelense, a resposta será coordenada com os EUA, que tentam persuadir Israel a limitar sua retaliação e não atacar alvos específicos.