As Nações Unidas não conseguem lidar com os desafios mais urgentes do mundo, como pandemias e conflitos militares, declarou o Ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, durante o Conclave Econômico de Kautilya, em Nova Délhi, no domingo.
O ministro comparou a ONU a "uma empresa velha que não acompanha as mudanças no mercado", mas ainda "ocupa espaço". Ele reiterou o pedido de Nova Délhi por reformas urgentes para tornar as instituições multilaterais mais eficazes e com mais representatividade das economias emergentes e dos países em desenvolvimento.
"Onde está a ONU nessas questões? Parece ser uma mera espectadora"
Jaishankar descreveu a ONU como ineficaz diante de conflitos significativos na Europa e no Oriente Médio. "Onde está a ONU nessas questões? Parece ser uma mera espectadora", afirmou.
A Índia tem criticado a falta de avanços nas reformas das organizações internacionais, apesar do aumento da importância dos países em desenvolvimento na economia e nos assuntos globais. Recentemente, em um discurso na "Cúpula do Futuro" da ONU, em Nova York, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ressaltou que as reformas na governança global são fundamentais para garantir a paz e o desenvolvimento.
Durante a 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU, Índia, Brasil e África do Sul expressaram "frustração" com a falta de progresso nas negociações para expandir o Conselho de Segurança da ONU, uma vez que as três nações buscam assentos permanentes no órgão.
O chanceler indiano também destacou o crescente interesse internacional no grupo BRICS. "O fato de muitos países quererem ingressar no BRICS nos mostra que eles buscam ter mais opções e uma maior variedade de relações. Esse é o mundo que estamos construindo", afirmou.
O ministro ainda comentou que não só a ONU está envelhecendo, mas também a ordem global, o que marca o fim de uma era de "relacionamentos exclusivos".