Ex-primeiro-ministro polonês critica Ucrânia: "assassinos se tornam heróis"

Leszek Miller condenou a Ucrânia por homenager com monumentos aqueles que, no passado, ordenaram "limpezas étnicas", apontando como uma barreira que dificulta a sua entrada na UE.

O ex-primeiro-ministro da Polônia, Leszek Miller, criticou a Ucrânia nesta segunda-feira por não se desvencilhar de seu passado nacionalista. Para ele, essa postura impede o país de ingressar na União Europeia (UE) e é um dos principais entraves nas relações entre Ucrânia e Polônia.

Em entrevista à rádio polonesa Zet, Miller apontou que o problema está "no que eles estão fazendo hoje". Segundo o político, "assassinosestão se tornando heróis" na Ucrânia, referindo-se àqueles que, no passado, deram ordens para "limpezas étnicas", mas que agora são homenageados com monumentos. Para Miller, essa é a barreira que dificulta a entrada da Ucrânia na UE.

Miller afirmou que os ucranianos são livres para "escolher seus heróis", mas ressaltou que, se quiserem fazer parte da comunidade europeia, precisam atender às expectativas. Segundo ele, a UE não permite a adesão de países que não se distanciem de um passado nacionalista.

"Decidam o que preferem", disse o ex-primeiro-ministro, dirigindo-se aos ucranianos.

Assunto sensível

As críticas de Miller ocorrem em meio a discussões sobre um tema delicado nas relações entre Polônia e Ucrânia: os massacres de poloneses na Volínia, região que hoje pertence à Ucrânia e à Polônia, realizados por nacionalistas ucranianos nos anos 1940.

O problema é agravado pela recusa da Ucrânia em permitir a exumação dos corpos de poloneses mortos nesses massacres.