OMS pede restrição a smartphones

Representante da organização sugeriu que restrições parecidas com as ao tabaco fossem introduzidas para reduzir impacto negativo de celulares e outros dispositivos na mente de jovens.

Os países precisam adotar restrições ao uso de celulares e outros dispositivos portáteis por jovens para reduzir seus efeitos negativos, afirmou Natasha Azzopardi Muscat, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), em entrevista ao Politico na última quarta-feira.

Azzopardi Muscat comparou o vício em dispositivos e jogos entre os jovens ao vício em tabaco, sugerindo que medidas semelhantes sejam aplicadas. A especialista defendeu que autoridades implementem normas semelhantes às já usadas contra o fumo, como a proibição do uso em determinados espaços ou a imposição de limites de idade.

"Talvez seja o momento de refletirmos sobre os locais apropriados para o uso de dispositivos digitais, e considerar áreas onde esses aparelhos não devem ser utilizados", afirmou Muscat ao Politico durante o Fórum Europeu de Saúde, realizado na Áustria.

Ela ressaltou que, em alguns casos, o uso excessivo desses dispositivos afeta a saúde mental, além de prejudicar o desempenho escolar e a produtividade no trabalho.

"As evidências precisam ser reunidas de forma consistente para avaliarmos o que funcionará melhor e qual abordagem adotar", destacou Muscat, concluindo que "não podemos mais adiar a adoção de medidas e decisões".

Impacto dos smartphones

Um estudo da OMS, divulgado em setembro, revelou um aumento no comportamento problemático associado ao uso de redes sociais e jogos entre jovens europeus.

A pesquisa, que envolveu cerca de 280 mil adolescentes entre 11 e 15 anos, indicou que 12% deles correm o risco de desenvolver problemas relacionados aos jogos, sendo os meninos duas vezes mais propensos que as meninas.

O estudo também apontou que um em cada dez jovens apresenta dificuldades em controlar o tempo de uso das redes sociais.