Biden perde influência sobre Israel em meio à escalada no Oriente Médio
O presidente dos EUA, Joe Biden, tem enfrentado uma perda crescente de influência sobre as questões de política externa de Israel e se mostrou frustrado com as ações do país no Oriente Médio, conforme relatado pela agência de notícias Politico na quarta-feira.
Segundo a publicação, Israel tem ignorado os conselhos dos EUA sobre o conflito com o Hamas em Gaza há vários meses. Essa postura, somada à ampliação dos objetivos militares de Israel, tem gerado "frustrações constantes" para Biden e sua equipe.
A falta de impacto da influência americana ficou evidente com o início da ofensiva terrestre de Israel no Líbano e os ataques iranianos contra o território israelense. Na última vez que Israel retaliou ataques iranianos, os EUA haviam solicitado ao país que evitasse uma escalada do conflito, de acordo com o Politico.
No entanto, após os ataques recentes, o primeiro-ministro de Israel prometeu, na segunda-feira, que o Irã "pagará caro pelo grande erro cometido".
Atualmente, conforme revelado por dois funcionários do governo Biden, que falaram sob condição de anonimato, os EUA estão buscando somente "limitar a resposta israelense".
Essa situação reflete o reconhecimento de que o governo Biden não tem mais influência suficiente para conter uma "guerra regional", observou a agência. Eles também destacaram que "à medida que a influência sobre Netanyahu diminuiu, a irritação do presidente aumentou".
Escalada no Oreinte Médio
As declarações surgiram em meio a uma escalada de tensões entre Israel e os países árabes vizinhos.
Na terça-feira, o Irã lançou cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel, em resposta aos ataques israelenses ao Líbano, que resultaram na morte de importantes membros do Hamas e do Hezbollah.
Em coletiva de imprensa no mesmo dia, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, afirmou que Israel não foi responsável pela escalada, já que suas ações visavam "defender seus civis".
O secretário de Defesa dos EUA também condenou o lançamento de mísseis pelo Irã, classificando-o como um "ato de agressão inaceitável".