O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, afirmou que a segurança global não deve mais ser determinada por um grupo de "grandes potências". A declaração foi feita na segunda-feira, ao comentar o Pacto para o Futuro, adotado pela ONU em 22 de setembro.
Ramaphosa também defendeu uma reforma completa do Conselho de Segurança da ONU e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"A abordagem atual para a segurança mundial é injusta, desequilibrada e insustentável", ressaltou Ramaphosa, destacando que "o Conselho de Segurança da ONU precisa ser mais representativo dos membros atuais das Nações Unidas".
O presidente sul-africano enfatizou que "em um momento em que as ameaças à paz e à segurança internacionais são numerosas e complexas, não podemos mais deixar a segurança mundial nas mãos de algumas grandes potências, quando todos os países são afetados".
Sobre as reformas do FMI, Ramaphosa citou a resposta à pandemia de Covid-19 como um exemplo que evidenciou falhas graves na estrutura financeira internacional.
Pacto para o Futuro
O Pacto para o Futuro foi adotado em 22 de setembro durante a Cúpula do Futuro da ONU. Segundo o site oficial da organização, o pacto "demonstra o compromisso dos países com um sistema internacional que tem as Nações Unidas como seu eixo central".
De acordo com o Pacto, os países se comprometem a alcançar novas metas em áreas como direitos humanos, igualdade de gênero, desenvolvimento sustentável e outras.
Os líderes mundiais também concordaram em intensificar os esforços para resolver conflitos pacificamente e evitar a proliferação de armas nucleares, com atenção especial ao desenvolvimento da reforma do Conselho de Segurança "pensando no futuro".
- No dia 24 de setembro, na abertura da 79ª Assembleia Geral, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu o aumento da representatividade do Sul Global no Conselho de Segurança, descrevendo como um "eco inaceitável" do "passado colonial" a ausência de países da América Latina e da África como membros permanentes.