A desistência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de um acordo de cessar-fogo com o grupo libanês Hezbollah compromete duramente suas relações com o governo dos Estados Unidos, segundo informações do canal de televisão israelense 12.
O canal informou que o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, contatou o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, para "exigir que ele concordasse com um cessar-fogo de 21 dias que deveria garantir 'o espaço para o diálogo diplomático' com o Hezbollah".
De acordo com o canal, Sullivan e Dermer haviam criado um "esquema" para implementar a trégua, que havia sido acordada anteriormente com Netanyahu.
As informações sobre a possível trégua começaram a vazar na quarta-feira e, na mesma noite, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciaram um plano conjunto para um cessar-fogo imediato de 21 dias.
De acordo com esse plano, Netanyahu deveria abordar a iniciativa em seu discurso na Assembleia Geral da ONU na sexta-feira, afirmando que o Hamas foi derrotado em Gaza e que era hora de avançar para uma nova fase.
Erro de Israel
No entanto, Benjamin Netanyahu desistiu da iniciativa após enfrentar forte resistência interna em Israel, também de acordo com o canal.
O canal 12 cita um funcionário de alto escalão israelense afirmando que "o presidente dos EUA não teria tomado tal passo [anunciar um cessar-fogo] sem o consentimento do primeiro-ministro Netanyahu... essa desistência destrói completamente o que restava das relações com o governo Biden", acrescentando que, ao recuar, Israel também fez com que o "Hezbollah" também desistisse de uma trégua.