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Defender neutralidade da Ucrânia é "perigoso e inaceitável", diz Kamala

Defender neutralidade da Ucrânia é "perigoso e inaceitável", diz KamalaAP / Jacquelyn Martin

Nesta quinta-feira, Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, reuniu-se com o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, e enfatizou o apoio de seu país à Ucrânia:

"Nosso apoio ao povo ucraniano é inabalável. Tenho orgulho de estar do lado da Ucrânia, e vou trabalhar para garantir que a Ucrânia prevaleça nesta guerra", afirmou. "Devemos defender nossos valores democráticos (...) e a ordem, leis e regras internacionais".

A seguir, a vice-presidente rechaçou qualquer apelo "isolacionista" em relação à Ucrânia: "Os EUA não apoiam a Ucrânia por caridade, mas porque é o nosso interesse estratégico. Vamos continuar a fornecer a assistência de segurança que a Ucrânia precisa", prosseguiu, elogiando o anúncio, feito horas antes por Joe Biden, de que todos os recursos do Pentágono a Kiev serão enviados antes do fim de seu mandato.

Em seguida, Harris criticou os norte-americanos defendendo que a Ucrânia "aceite a neutralidade" ou "abra mão de parte de seu território", afirmando que "essas não são propostas para a paz", mas sim "propostas para a derrota, que são perigosas e inaceitáveis".

O candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, reagiu rapidamente às declarações. Ele enfatizou que seu plano "não é uma rendição", mas "salvar vidas". "Não é minha luta, é uma luta para salvar a humanidade", disse ele.

O plano de Trump para o conflito ucraniano prevê, de acordo com seu candidato a vice, a garantia, aos russos, de que Kiev não vai integrar a OTAN "ou outros tipos de instituições aliadas". Ele também defende a criação de uma zona desmilitarizada "fortemente reforçada, para que a Rússia não invada novamente".

"Interferência eleitoral clara"

Um dia antes, na quarta-feira, Mike Johnson, presidente da Câmara nos Estados Unidos, exigiu a demissão da embaixadora da Ucrânia em Washington, acusando a mesma de ter organizado um "evento de campanha partidária dedicado a ajudar o partido Democrata", interferindo, de modo claro, nas eleições norte-americanas.

Johnson se refere à recente visita de Zelensky a uma fábrica no estado da Pensilvânia, organizada pela embaixadora Oksana Markarova, onde, prossegue, o líder do regime de Kiev foi guiado pelo "principal representante político de Kamala Harris". 

Anteriormente, congressistas republicanos já haviam manifestado descontentamento com a visita do líder do regime de Kiev à Pensilvânia. Eles chegaram a exigir uma investigação sobre o caso, visando apurar o motivo pelo qual Zelensky recebeu escolta militar e proteção do Serviço Secreto dos EUA apesar da grave escassez de agentes.