O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira, durante uma reunião do Presidium do Conselho de Estado sobre o desenvolvimento de exportações, que "a contribuição dos países do BRICS para a economia mundial já supera a participação do chamado G7 e continua a crescer". Para embasar essa declaração, Putin se referiu às estatísticas dos dois grupos.
Putin destacou que, em 1992, o G7 representava 45,5% do PIB mundial, enquanto os países do BRICS – sem incluir os novos membros da organização – correspondiam a 16,7%.
Em 2022, a participação do G7 havia caído para 30,5% do PIB mundial, enquanto a parcela do BRICS subiu para 31,4%, continuou o líder russo. Segundo projeções para 2028, o G7 deverá representar 27,9% do PIB mundial, em comparação com 33,8% estimados para o BRICS, ressaltou.
"Essa tendência existe, continua e não desaparecerá. Esse é um processo objetivo que não está ligado à situação atual, nem mesmo a conflitos, incluindo aquele que todos nós conhecemos".
Nesse contexto, Putin acrescentou que a diferença se torna ainda maior ao considerar os novos membros do BRICS. "Nesse caso, a previsão [para o BRICS] até 2028 é de 38% do PIB mundial", detalhou.
- Inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco incorporou novos membros em 1º de janeiro, quando Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos se juntaram. Espera-se que o número de membros aumente ainda mais na cúpula do BRICS, que ocorrerá na cidade russa de Kazan, em outubro.
"Verdadeiros mercados do futuro"
O presidente russo explicou que "isso significa que os verdadeiros mercados do futuro estão sendo formados, baseados em cooperações sólidas e estratégicas, nos princípios de unir os potenciais econômicos e fortalecer mutuamente o crescimento".
"É importante não apenas entender essas tendências, mas também aproveitar as oportunidades de exportação que estão se abrindo para nossos negócios e para nossas empresas", sublinhou Putin.
Ele acrescentou que "é fundamental estimular a entrada das empresas russas nos mercados de bens de alto valor agregado, para impulsionar as chamadas exportações não energéticas e não baseadas em recursos naturais, incluindo o fornecimento de bens de engenharia, produtos alimentícios, etc."
"Gostaria de destacar que, de 2001 a 2023, o volume das exportações não energéticas e não baseadas em recursos naturais da Rússia aumentou mais de quatro vezes [...]: de 36 para 148 bilhões de dólares", destacou Putin, considerando esse "um bom resultado", mas afirmando que "ainda está longe de ser o limite" para a economia russa.
Além disso, ele indicou que "nos primeiros sete meses deste ano, as exportações não energéticas e não baseadas em recursos continuaram a crescer, aumentando mais 5%, chegando a 89,8 bilhões de dólares". "Em alguns setores, como o alimentício, a Rússia já se tornou um dos principais exportadores do mundo", concluiu.