Suécia acusa Irã de promover "vingança" por queima do Alcorão

A inteligência sueca acredita que os hackers agiram a serviço do Irã enviando mensagens em massa instando as pessoas a "reagirem contra a islamofobia".

Promotores suecos acusaram o serviço de inteligência iraniano de hackear uma operadora de SMS em 2023 para enviar mensagens incentivando a população a "se vingar" dos manifestantes que queimaram cópias do Alcorão no país escandinavo.

Em comunicado divulgado na terça-feira, o serviço de inteligência sueco, Säpo, afirmou que identificou que um grupo de hackers "realizou uma campanha de influência" em nome do Irã. "O objetivo era, entre outras coisas, apresentar a Suécia como um país islamofóbico e dividir a sociedade", declarou Fredrik Hallström, chefe de operações da agência.

Enquanto isso, o ministro da Justiça, Gunnar Strömmer, enfatizou que o governo não pode "tolerar que outros países se envolvam em tais atividades contra a Suécia", informou a mídia local. "O fato de um ator estatal, neste caso o Irã, de acordo com a avaliação da Polícia de Segurança, estar por trás de uma ação que visa desestabilizar a Suécia ou aumentar a polarização em nosso país é, obviamente, muito sério", afirmou o ministro.

Em maio, ativistas de extrema direita queimaram uma cópia do Alcorão na Praça Gustavs Adolfs, na cidade sueca de Malmo, ato que foi autorizado pela Polícia da terceira maior cidade da Suécia.

No entanto, esse não foi o primeiro incidente do tipo em território sueco. No ano passado, houve uma série de queimas do Alcorão em todo o país e, em Malmo, essas ações resultaram em confrontos que foram descritos pela Polícia sueca como "distúrbios violentos".