O Ministério das Relações Exteriores da Turquia classificou os recentes comentários do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre a agenda política do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, como uma "manifestação da psicologia da culpa" e uma tentativa de "encobrir o crime de genocídio cometido por Israel".
Erdogan se reuniu na segunda-feira, à margem da Assembleia Geral da ONU, com o promotor do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, que há alguns meses solicitou o mandado de prisão para Netanyahu. O próprio líder israelense ironizou na Internet, horas após a reunião, que vê Erdogan como um dos grandes defensores dos direitos humanos por "assassinar civis curdos e prender jornalistas".
Por sua vez, o serviço diplomático respondeu em seu site que as acusações de Tel Aviv "são, em essência, nada mais do que a manifestação da psicologia da culpa". De Ancara, eles observam "com admiração" os esforços de Israel e seus aliados no exterior "para desacreditar os tribunais internacionais". No entanto, Netanyahu e seus ministros "serão definitivamente responsabilizados pelos crimes que cometeram", diz o comunicado.
Outro comunicado, emitido separadamente na terça-feira, aborda os ataques de Israel ao Líbano, que fazem parte do esforço de Israel para "mergulhar toda a região no caos".
As autoridades turcas criticaram a posição daqueles que "apoiam incondicionalmente Israel" e, portanto, "ajudam Netanyahu a derramar sangue por seus interesses políticos". Além disso, a diplomacia turca pediu que "medidas necessárias" fossem tomadas imediatamente em nível internacional.