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Lula na ONU: A democracia precisa responder àqueles que não aceitam mais a fome, a desigualdade o desemprego e a violência

Durante seu discurso na abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU, o mandatário brasileiro denunciou modelos ultraliberais, que apenas agravariam as dificuldades no continente latino-americano.
Lula na ONU: A democracia precisa responder àqueles que não aceitam mais a fome, a desigualdade o desemprego e a violênciaAP / Seth Wenig

Nesta terça-feira, durante o discurso que abriu a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente do Brasil, Lula da Silva, expôs que líderes democráticos precisam pensar em novas soluções para atender às "legítimas aspirações" daqueles que se preocupam com a fome, a desigualdade o desemprego e a violência, sobretudo diante da popularização de movimentos comandados por "falsos patriotas".

"Tampouco há esperança no recurso a experiências ultraliberais que apenas agravam as dificuldades de um continente depauperado".

Nesse sentido, o mandatário observou a ineficiência de modelos "ultraliberais" para a realidade do continente latino-americano, detentor de suas próprias tradições e condicionamentos históricos:

"O futuro de nossa região passa, sobretudo, por construir um Estado sustentável, eficiente, inclusivo e que enfrenta todas as formas de discriminação", defendeu o presidente. "Que não se intimida ante indivíduos, corporações ou plataformas digitais que se julgam acima da lei", acrescentou.

No âmbito da condução da economia, Lula abordou a postura dos países desenvolvidos. De acordo com o presidente, eles próprios teriam abandonado suas agendas liberais, rejeitando "a falsa oposição entre Estado e mercado" em nome de "políticas industriais ativas e forte regulação da economia doméstica". "O Estado que estamos construindo é sensível às necessidades dos mais vulneráveis sem abdicar de fundamentos macroeconômicos sadios"afirmou.

Ainda nesse contexto, o presidente criticou instituições como o FMI e o Banco Mundial, que aos países de renda média e baixa, oferecem empecilhos e condições nada atrativas para empréstimos e financiamentos:

"Países da África tomam empréstimo a taxas até 8 vezes maiores do que a Alemanha e 4 vezes maior que os Estados Unidos. É um Plano Marshall às avessas, em que os mais pobres financiam os mais ricos", argumentou.