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Ausência da América Latina e da África no Conselho de Segurança da ONU é "inaceitável", diz Lula

O presidente brasileiro fez um apelo por uma ampla reforma da ONU, que deve fazer esforços para acabar com o seu "passado colonial".
Ausência da América Latina e da África no Conselho de Segurança da ONU é "inaceitável", diz LulaONU

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a ONU no seu discurso de abertura da 79ª Assembleia Geral. De acordo com o mandatário, a organização preserva o "eco inaceitável" do "passado colonial" dos países africanos e da América Latina que hoje a integram.

"A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial", declarou, sublinhando a necessidade de reformas fundamentais para aumentar a representatividade na organização.

Passado colonial

"Várias nações, principalmente no continente africano, estavam sob domínio colonial e não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamento", lembrou Lula.

Na altura em que a ONU foi criada, muitas nações por todo o mundo, que agora têm influência considerável nos assuntos internacionais, ainda não tinham atingido a independência - algo que os afastou do processo da formação da organização.

"Na fundação da ONU, éramos 51 países. Hoje somos 193", observou Lula no seu discurso, acrescentando que o Brasil vai "promover essa discussão de forma transparente em consultas" em várias plataformas mundiais.

"Ampla revisão" da ONU

Ao condenar os desequilíbrios na ONU, Lula enfatizou que "é hora de reagir com vigor a essa situação", enfatizando a importância da "ampla revisão da Carta" da organização, que se torna cada vez mais "esvaziada e paralisada".

"Não podemos esperar por outra tragédia mundial para construir sobre os seus escombros uma nova governança global", concluiu Lula seu apelo à comunidade mundial.