Confrontos entre manifestantes e policiais nos arredores do Congresso argentino em meio ao debate sobre a 'Lei Ônibus'
Enquanto dentro do Congresso da Argentina os parlamentares realizaram um denso debate sobre a polêmica 'Lei Ônibus' proposta pelo presidente Javier Milei, nos arredores do órgão legislativo aumentou a tensão entre a multidão de manifestantes, que rejeitam o projeto, e dezenas de policiais que, desde as primeiras horas, inicaram uma grande operação de segurança no local.
Por meio das redes sociais, diversos usuários relataram que a situação nas proximidades do Congresso, na cidade de Buenos Aires, tornou-se hostil, pois os agentes das forças de segurança começaram a ameaçar reprimir as pessoas que protestavam contra as reformas de Milei.
🛑❗ GENDARMERÍA AVANZA SOBRE MILITANTES EN EL CONGRESO👉 Gendarmería Nacional comenzó a avanzar sobre organizaciones sociales que se manifestaban afuera del Congreso Nacional. pic.twitter.com/ap2wpN8DbU
— CanalExtraTv (@canalextratv) January 31, 2024
Os manifestantes denunciaram que os policiais fizeram cortes na rua para impedir que sindicatos de diferentes setores trabalhistas e sociais chegassem às proximidades do Congresso para expressar seu repúdio à polêmica reforma, que consideram regressiva, inconstitucional e antidemocrática.
ARGENTINA | ESTA PASANDO | denuncia abuso policial de parte de gendarmeria contra manifestantes frente al Congreso Nacional. pic.twitter.com/EmzlAkCtlA
— PIENSAPRENSA 340,2 mil Seguidores (@PiensaPrensa) January 31, 2024
Em alguns dos vídeos publicados na rede social X, os policiais podem ser vistos cercando os manifestantes com seus escudos, enquanto os pressionam para que deixem a área.
Adentro del Congreso Nacional debaten para vender el país. Afuera, la policía con el protocolo de Bullrich se prepara para reprimir a quienes se oponen. #NoALaLeyÓmnibuspic.twitter.com/NjlQ9ScvYZ
— Emergentes (@emergentesmedio) January 31, 2024
Da mesma forma, as equipes de imprensa que estavam no local teriam sido empurradas enquanto realizavam seu trabalho, em meio às tensões e ao forte cordão policial ativado pelos funcionários de segurança.
#AHORA#CABA Tensión y hostigamientos represivos en el Congreso NacionalEn un operativo que incluye a la Gendarmería Nacional y a la Policía Federal, empujan y agreden a manifestantes que rodean el Congreso ante la votación de la Ley Ómnibus. pic.twitter.com/0OJQzStEKb
— ANRed #25Años (@Red__Accion) January 31, 2024
De acordo com as publicações, as operações repressivas foram supostamente realizadas por elementos da Gendarmaria Nacional e funcionários da Polícia Federal argentina.
Ahora: tiran gases lacrimógenos a los manifestantes afuera del Congreso. Están deteniendo gente. #LeyOmnibuspic.twitter.com/W4aUQC0aQL
— lavaca tuitera (@Lavacatuitera) January 31, 2024
Entre os relatos dos usuários, foi informado que a força pública começou a disparar gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes da zona de conflito.
⚡️Centenares de personas han llegado hasta los alrededores del parlamento para rechazar las reformas que plantea implementar el presidente Javier Milei pic.twitter.com/x1B2cMndsw
— Sepa Más (@Sepa_mass) January 31, 2024
Em outras imagens publicadas nas redes, o líder da Unidad Piquetera e dirigente do Polo Obrero, Eduardo Belliboni, um dos líderes dos protestos antigovernamentais, pode ser visto caído no chão momentos depois de um episódio de confronto com os agentes da Gendarmaria.
🚨 AHORA | Eduardo Belliboni está tirado en el piso después de una tensión con la Gendarmería. pic.twitter.com/d9Sszu0Jlz
— Nexofin (@Nexofin) January 31, 2024
"Eu estava no chão. Eles me bateram, me arrastaram (...) me deram vários chutes nas costas e me deixaram sem ar", disse Belliboni.
Alejandro Vilca, deputado nacional do Partido Socialista dos Trabalhadores (PTS) da Argentina, também foi reprimido pela polícia nos arredores do Congresso, conforme revelado por seu colega Nicolás del Caño em suas redes sociais.
Mí compañero diputado @vilcalejandro gaseado por las fuerzas federales al mando de la represora Patricia Bullrich. No van a quedar impunes los que reprimen al pueblo. Basta de represión. pic.twitter.com/hCI1yc7MiW
— Nicolas del Caño (@NicolasdelCano) January 31, 2024
"Meu colega deputado Alejandro Vilca [foi] gaseado pelas forças federais sob o comando da repressora Patricia Bullrich. Aqueles que reprimem o povo não ficarão impunes. Chega de repressão", denunciou o deputado em sua conta no X, anexando fotos da cena.
Congreso: la Policía golpeó a Eduardo Belliboni pic.twitter.com/5jRCWjwktS
— Agencia El Vigía 🇦🇷 (@AgenciaElVigia) January 31, 2024
À tarde, a TN informou que os incidentes violentos deixaram dois policiais feridos, além de uma pessoa detida. Enquanto isso, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, publicou uma mensagem em suas redes sociais na qual defendeu seu protocolo "antipiquetes", com o qual busca liberar as ruas de bloqueios devido a manifestações. "Conosco, os piquetes vão para a calçada e os traficantes para a cadeia", escreveu ela em sua conta no X.
Grande mobilização de forças públicas
A quarta-feira começou com uma grande mobilização das forças de segurança do Governo de Milei nos arredores do Congresso, antes do início dos debates sobre a polêmica 'Lei Ônibus'.
⚡️La Gendarmería argentina acoraza alrededores del Congreso para debate de la 'ley ómnibus' de Milei pic.twitter.com/kDXnuMFD9I
— Sepa Más (@Sepa_mass) January 31, 2024
A área próxima da legislatura argentina foi fechada por cercas de metal, usadas para enfrentar os grupos de choque em manifestações, bem como a incorporação de um número significativo de funcionários da Gendarmerie, uma força militar com funções de policiais de segurança interna.
⚡️Aumenta la tensión en las afueras del Congreso argentino en medio del debate por la 'ley ómnibus' pic.twitter.com/97LD6vSR5V
— Sepa Más (@Sepa_mass) January 31, 2024
As cercas rodeavam todo o Congresso e atrás delas estavam as forças de segurança, prontas para responder imediatamente a qualquer protesto antigovernamental que pudesse ocorrer na área.
Além disso, havia dezenas de veículos policiais e militares, incluindo caminhões blindados. Por sua vez, os agentes estavam preparados com escudos, armas e uniformes que costumam usar para reprimir manifestações em massa.