Lula discursa na ONU e critica guerra em Gaza: "o direito de defesa tornou-se direito de vingança"

Na abertura de seu discurso o presidente brasileiro dedicou palavras à "população palestina".

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursou nesta terça-feira na abertura da 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos.

Como de costume, o Brasil foi o primeiro país a tomar a palavra durante a sessão do órgão internacional, no qual participam 193 nações.

No início de seu discurso, Lula dirigiu-se, em particular, à delegação palestina, que integrava a sessão de abertura pela primeira vez. O presidente brasileiro destacou a "punição coletiva" sofrida pelos palestinos na Faixa de Gaza, que já produziu 40.000 mortos, "em sua maioria mulheres e crianças".

"Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano", prosseguiu.

"O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, o que impede um acordo para a libertação dos reféns e adia o cessar-fogo", argumentou o petista.

Acabar com o desmatamento até 2030

Em meio à onda de incêndios que assolou o Brasil, Lula reforçou a ideia de "agir com urgência" diante dos eventos climáticos, e observou que não fará concessões em sua luta contra a mineração ilegal e o crime organizado.

"Além de enfrentar o desafio da crise climática, lutamos contra quem lucra com a degradação ambiental. Não transigiremos com ilícitos ambientais, com o garimpo ilegal e com o crime organizado. Reduzimos o desmatamento na Amazônia em 50% no último ano e vamos erradicá-lo até 2030", afirmou.

O petista acrescentou ainda que o planeta "está farto de acordos climáticos não cumpridos" e "cansado de que as metas de redução de emissões de carbono sejam negligenciadas". "O negacionismo sucumbe ante às evidências do aquecimento global e 2024 caminha para ser o ano mais quente da história moderna", alertou.

Lula também destacou que o principal objetivo do seu governo é "acabar com a fome" no Brasil, e destacou os feitos de seu governo ao longo de seus dois primeiros mandatos (2003-2010).

"O mundo produz alimentos suficientes para erradicar a fome. É preciso criar condições de acesso aos alimentos. Este é o compromisso mais urgente do meu governo: acabar com a fome no Brasil", disse, enfatizando que 9% da população mundial está desnutrido.