Ataque israelense contra o Líbano é "uma coisa extremamente revoltante e perigosa", diz Amorim

O diplomata apontou para o risco de uma "guerra total", e garantiu que o Itamaraty está planejando formas de evacuar os brasileiros das regiões atacadas.

Nesta segunda-feira, em uma entrevista com jornalistas em Nova York, Celso Amorim, assessor especial da presidência brasileira para assuntos internacionais, foi questionado sobre os ataques israelenses contra o Líbano. 

"É uma coisa revoltante e perigosa, e ali é o risco de uma guerra total, e veja bem: estamos falando de um lugar com muitos brasileiros. (...) Aquelas coisas, colocadas, de repente pode explodir nas mãos de uma criança brasileira que esteja lá. Muito perigoso", afirmou.

O diplomata lembrou ainda de sua experiência em 2006 - ano em que Israel realizou duros ataques aéreos no contexto de um conflito armado no Líbano e nas Colinas de Golã. À época, Amorim atuava como ministro das Relações Exteriores do governo Lula:

"Eu fui até o Líbano, naquela ocasião, mas deu muito trabalho, inclusive de evacuar os brasileiros. (...) Foi uma experiência dura, daquela vez foram 3000 brasileiros. Hoje as rotas são mais difíceis, porque as rotas que são do norte do Líbano para a Síria, hoje em dia não dá, porque se tornou muito mais perigosa" disse.

Traçando um paralelo com a situação atual, Amorim disse ter a certeza de que o Itamaraty já está planejando formas de retirar os brasileiros que estão nas regiões atacadas.