"Dados dos infratores podem ser entregues mediante solicitações razoáveis", afirma CEO do Telegram
O aplicativo de mensagens Telegram atualizou sua política de privacidade e agora poderá compartilhar, com as autoridades, endereços IP e números de telefone de usuários que violarem suas regras, em resposta a "solicitações razoáveis", afirmou seu fundador, Pavel Durov, em seu canal no Telegram.
O CEO da plataforma explicou que a busca no Telegram é "mais poderosa do que em outros aplicativos de mensagens" porque possibilita que usuários encontrem canais públicos e bots.
"Infelizmente, esse recurso foi usado de forma abusiva por pessoas que violaram nossos Termos de Serviço para vender produtos ilegais", escreveu Durov nesta segunda-feira.
Para evitar que criminosos continuem se utilizando do Telegram, a empresa atualizou seus Termos de Serviço e Política de Privacidade, garantindo uma padronização global, detalhou o fundador da rede social.
Durov acrescentou que os endereços IP e números de telefone daqueles que "violam nossas regras" poderão ser entregues às autoridades competentes em resposta a solicitações legais.
Ele afirmou que essas medidas visam "desencorajar os criminosos" e ressaltou que a plataforma foi criada para conectar amigos e compartilhar notícias, e não para promover produtos ilegais. Durov enfatizou que não permitirá que "mal-intencionados coloquem em risco a integridade" do Telegram, que conta com quase um bilhão de usuários.
A prisão do CEO do Telegram
O empresário russo Pavel Durov, que também possúi cidadania da França, dos Emirados Árabes Unidos e de São Cristóvão e Neves, foi preso no dia 24 de agosto após pousar, com seu avião privado vindo do Azerbaijão, em um aeroporto de Paris. Contra ele, pesava um mandado expedido pelas autoridades francesas em razão de uma investigação preliminar.
De acordo com os promotores, uma "pessoa não identificada" usou o aplicativo criado por Durov para cometer vários delitos. A recusa do bilionário em entregar os dados do usuário às autoridades policiais fez com que ele fosse investigado, informou o Politico nesta quarta-feira.
"O Telegram está em conformidade com as leis europeias, incluindo o Regulamento de Serviços Digitais, e sua moderação está de acordo com os padrões do setor", disse a empresa em um comunicado, acrescentando que é 'absurdo dizer que uma plataforma ou seu comando é responsável pelo abuso' que ocorreu nela.