Primeira-ministra da Dinamarca pede fim dos limites estabelecidos para a Ucrânia
Os países ocidentais precisam deixar de lado a hesitação em permitir que a Ucrânia utilize as armas fornecidas para atacar dentro do território russo, declarou a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, em entrevista à Bloomberg na sexta-feira.
"As restrições ao uso de armas devem ser suspensas", afirmou. "Têm ocorrido debates contínuos sobre: 'temos autorização para enviar isso [armas a Kiev]?'", acrescentando que "seria muito bom pôr um fim aos atrasos que têm ocorrido".
"Minha proposta é que encerremos a discussão sobre as linhas vermelhas", prosseguiu a líder dinamarquesa, ressaltando que "foi um erro, ao longo desta guerra, ter um debate público sobre as linhas vermelhas", pois isso "simplesmente fornece aos russos uma vantagem excessiva".
"Não aceitarei essa ideia e nunca permitirei que alguém da Rússia decida o que é correto na OTAN, na Europa ou na Ucrânia", afirmou Frederiksen.
Nesse sentido, a primeira-ministra sublinhou que a Ucrânia será uma das suas prioridades nas próximas assembleias da ONU.
Ao mesmo tempo, ela rejeitou a ideia de que permitir que a Ucrânia utilize armas doadas por países ocidentais para ataques de longo alcance contra a Rússia representaria uma escalada que envolveria os aliados de Kiev no conflito.
- Em meados de setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou a repórteres que, se a OTAN decidir autorizar Kiev a atacar o território russo reconhecido internacionalmente com armas de longo alcance, isso significaria que os países da aliança "estão em guerra com a Rússia", tornando-se diretamente envolvidos e mudando a natureza do conflito.