Zelensky critica candidato a vice de Trump por plano "radical" sobre conflito na Ucrânia
O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, criticou o candidato republicano à vice-presidência dos EUA, J.D. Vance, por sua postura "muito radical" em relação à resolução da crise ucraniana.
Em entrevista à revista The New Yorker, publicada no domingo, Zelensky afirmou que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, "não sabe realmente como acabar com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, embora possa achar que sabe". Ao responder a uma pergunta sobre o companheiro de chapa do candidato republicano, o líder do regime ucraniano observou que Vance é "radical demais", pois seu plano prevê "abrir mão de [seus] territórios".
"A mensagem dele parece ser a de que a Ucrânia precisa fazer um sacrifício. Isso nos leva de volta à questão do custo e de quem deve arcar com ele. A ideia de que o mundo deve acabar com esta guerra às custas da Ucrânia é inaceitável", declarou Zelensky.
O líder do regime de Kiev não vê a proposta de Trump como um "plano em qualquer sentido formal", e acredita que "seria uma ideia horrível" se fosse implementado, embora tenha deixado claro que "é impossível que isso aconteça".
Zelensky também enfatizou seu próprio "plano de vitória" para a Ucrânia, que será apresentado ao presidente dos EUA, Joe Biden, no dia 26 de setembro, e descreveu-o como "uma ponte" para o rápido fortalecimento do país eslavo.
Ao ser questionado sobre a possibilidade do presidente Biden rejeitar seu plano, Zelensky afirmou que isso seria "terrível", pois "significaria que Biden não quer acabar com a guerra de uma forma que impeça a vitória da Rússia". Zelensky fez questão de afirmar que não poderia culpar Biden, a quem agradeceu por sua "grande conquista", referindo-se ao apoio dos EUA.
Recentemente, J.D. Vance detalhou o plano de Donald Trump para alcançar uma solução pacífica, que inclui a criação de uma zona desmilitarizada ao longo da linha de demarcação atual entre a Rússia e a Ucrânia, a recusa de Kiev em aderir à OTAN e a reconstrução da Ucrânia financiada por países europeus.
"A Rússia quer que essa guerra termine, a Ucrânia quer que essa guerra termine, a Europa, que, aliás, financiou insuficientemente essa guerra, [...], os europeus querem que essa guerra termine, porque está afetando os preços da energia", declarou o candidato republicano à vice-presidência dos EUA em entrevista ao Shawn Ryan Show.