A ideologia que incentiva as mulheres a não terem filhos deve ser banida na Rússia, declarou Valentina Matvienko, presidente da câmara alta do Parlamento russo.
Em entrevista ao Izvestia durante o Fórum Eurasiático de Mulheres, realizado em São Petersburgo, Matvienko afirmou que o feminismo, em sua forma ocidental atual, não atende às expectativas das mulheres contemporâneas.
"Originalmente, o feminismo surgiu com a ideia nobre de lutar pela igualdade feminina. No entanto, no Ocidente, ele se distorceu e se radicalizou", disse a parlamentar.
Mais de 2.000 mulheres, incluindo 600 representantes de 126 países e organizações internacionais presentes no fórum, compartilham os valores russos de "família tradicional, filhos, pais e a preservação cultural e das tradições de todas as nações", afirmou.
Equilíbrio entre carreira e vida familiar
No entanto, Matvienko descartou as violações dos direitos das mulheres que não podem ou não querem ter filhos e a "coerção para dar à luz" por parte do Estado.
"É evidente que as mulheres devem ter a chance de se realizar profissionalmente, sem perder sua principal missão de serem mães, avós e esposas", declarou Matvienko. Ela destacou que os governos precisam criar condições "para que, em qualquer país, as mulheres possam equilibrar uma carreira de sucesso com a formação de uma família".
Segundo o Serviço Federal de Estatísticas (Rosstat), apenas 1,264 milhão de bebês nasceram na Rússia em 2023, o número mais baixo desde 1999. A previsão é de que a taxa de natalidade não aumente até 2028. Até 2046, a população deverá cair para 138 milhões, frente aos atuais 146 milhões.