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FIFA ameaça suspender a Confederação Brasileira de Futebol

A entidade máxima do futebol mundial suspeita que a demissão do presidente da CBF por um tribunal local constitui uma intervenção governamental indevida.
FIFA ameaça suspender a Confederação Brasileira de FutebolGettyimages.ru / Insidefoto

A FIFA advertiu a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em uma carta no domingo que poderia suspendê-la de todos os direitos de membro se ela realizasse uma eleição acelerada para um novo presidente para substituir Ednaldo Rodrigues, que foi destituído no início deste mês, informa a AP.

A carta, assinada por Kenny Jean-Marie, diretor de federações afiliadas da FIFA, e Monserrat Jiménez García, vice-secretária geral da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), afirma que suas seleções e clubes não terão o direito de participar de nenhuma competição internacional enquanto a suspensão permanecer em vigor.

Rodrigues, 69 anos, foi destituído do cargo por um tribunal do Rio de Janeiro, que considerou que sua eleição de 2022 foi irregular. A decisão também deu poderes a José Perdiz, presidente do principal tribunal esportivo do Brasil, para organizar novas eleições para a presidência dentro de 30 dias úteis. A entidade máxima do futebol mundial suspeita que isso constitui uma intervenção governamental indevida em um membro associado. A carta afirma que um comitê será criado no Brasil em 8 de janeiro para discutir o assunto.

"A FIFA e a Conmebol desejam enfatizar fortemente que, até que tal missão ocorra, nenhuma decisão que afete a CBF, incluindo eleições ou convocações de eleições, será tomada. Se isso não for respeitado, a FIFA não terá escolha a não ser submeter o assunto ao seu órgão decisório relevante para consideração e decisão, o que também poderia incluir uma suspensão", explicaram.

Por sua vez, Perdiz disse que vê a carta da FIFA "como um sinal positivo". Ele também acrescentou que "convocará eleições dentro do prazo estabelecido, com a transparência e a integridade necessárias". O processo contra o presidente da CBF pode prejudicar a candidatura do Brasil para sediar a Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2027.