O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizou que o Brasil não estava totalmente preparado para lidar com eventos extremos, fazendo referência às queimadas e à seca histórica que estão afetando o país.
"Hoje, no Brasil, a gente não estava 100% preparado para cuidar dessas coisas [eventos extremos]. As cidades não estão cuidadas, [...]. Os estados são poucos os que têm preparação, que tem Defesa Civil, Bombeiro e brigadistas [suficientes], quase ninguém tem", afirmou Lula.
O mandatário se reuniu com ministros e chefes de Poderes no Planalto nesta terça-feira, com o propósito, conforme o governo, de estabelecer uma abordagem de Estado no combate às queimadas.
Incêndios criminosos
Por outro lado, Lula afirmou que queimadas em curso no Brasil apresentam fortes indícios de terem sido desencadeadas por ações humanas consideradas criminosas.
"Encontramos vários focos de fogo, dando a impressão que foi feito aquilo para a gente ver que tava tocando fogo mesmo, não estavam escondendo da gente", comentou.
O chefe de Estado indicou a possibilidade de as queimadas terem sido motivadas por incentivadores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, sem citar o seu nome e mencionou que as manifestações de oposição realizadas em São Paulo, no dia 7 de Setembro, parecem ser uma tentativa oportunista de alguns setores de gerar conflitos no país.
"É importante não deixar de dizer para vocês que uma pessoa muito importante na convocação do ato de setembro na avenida Paulista utilizou a palavra: ‘vamos botar fogo no Brasil’ ou ‘o Brasil vai pegar fogo’, alguma coisa assim", acrescentou.
- O ministro do STF, Flávio Dino, deu autorização no domingo, para que o governo federal libere recursos extraordinários visando combater os incêndios e a seca no Pantanal e na Amazônia sem comprometer o novo marco fiscal.
- Na segunda-feira, o Brasil registrou 2.329 focos de incêndio sendo 60% deles na Amazônia. Os dados foram coletados pelo sistema BDQueimadas do Inpe e divulgados na terça-feira.