Zelenskу planeja substituir o chefe das forças armadas da Ucrânia - Financial Times
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, está se preparando para substituir o comandante-chefe das Forças Armadas do país, Valery Zaluzhny, informou o Financial Times na terça-feira, citando fontes ucranianas familiarizadas com o assunto.
De acordo com quatro informantes do jornal, no dia anterior, o presidente ucraniano havia oferecido ao chefe militar um cargo de conselheiro de Defesa, que Zaluzhny recusou. Anteriormente, Zelensky havia declarado que o comandante seria demitido em qualquer caso, independentemente de aceitar ou não um novo cargo, informaram duas pessoas sob condição de anonimato.
Além disso, a mídia também indica que o atual comandante ucraniano não será substituído por algum tempo, devido ao vazamento de informações sobre os planos do presidente, que foram publicadas nas mídias locais. Em resposta, o Ministério da Defesa do país negou os rumores sobre a demissão de Zaluzhny em sua conta no Telegram. "Caros jornalistas, respondemos a todos de uma vez: Não, não é verdade", diz a publicação.
A substituição de Zaluzhny poderia provocar uma onda de indignação entre a população do país, informa o jornal. De acordo com uma pesquisa publicada pelo Instituto Internacional de Sociologia em Kiev em dezembro, 88% dos ucranianos confiam no comandante-chefe, uma porcentagem que excede o nível de confiança em Zelensky, que recebeu apenas 62%.
De acordo com outra pesquisa do Instituto, realizada no mesmo mês, 72% dos entrevistados teriam uma opinião negativa sobre a decisão de demitir Zaluzhny, enquanto apenas 2% teriam uma opinião positiva.
As tensões entre o presidente e o comandante das Forças Armadas estavam se acumulando há algum tempo e aumentaram em novembro do ano passado, quando Zaluzhny afirmou em uma entrevista que a Rússia estava em uma posição melhor no conflito armado, ao mesmo tempo reconheceu a falta de progresso na contraofensiva e descreveu a situação atual em frente como um "impasse".
Dias depois, Vladimir Zelensky discordou do comandante, observando que Kiev precisa "trabalhar mais" com seus parceiros no campo de defesa aérea, "desbloquear o céu" e dar aos caças ucranianos "a oportunidade de realizar operações ofensivas".
Outro confronto entre o presidente e o comandante-chefe ocorreu no final de dezembro, quando foi discutida a delicada questão do recrutamento em Ucrânia. Zelensky anunciou que a liderança militar havia proposto a mobilização de 450 mil a 500 mil soldados adicionais. Em resposta, Zaluzhny afirmou que "o comando militar não fez nenhuma solicitação de números nem nada parecido", o que, segundo ele, seria equivalente a divulgar um segredo militar.