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Venezuela rejeita "chantagem e ultimato indevidos" dos EUA após anúncio de sanções contra Caracas

A vice-presidente Delcy Rodríguez disse que iriam tomar contramedidas, incluindo a suspensão de voos para repatriar migrantes e a revisão de outros mecanismos de cooperação.
Venezuela rejeita "chantagem e ultimato indevidos" dos EUA após anúncio de sanções contra CaracasGettyimages.ru / Carolina Cabral

A Venezuela rejeitou nesta terça-feira "a chantagem e o ultimato grosseiros e indevidos emitidos pelo Governo dos Estados Unidos", que estabelecem um prazo para que as autoridades judiciais do país sul-americano adotem medidas consistentes com a interpretação de Washington dos Acordos de Barbados, assinados em outubro passado com a ala radical da oposição.

"Se eles derem o passo em falso de intensificar a agressão econômica contra a Venezuela, a pedido dos lacaios extremistas do país, a partir de 13 de fevereiro, os voos de repatriação de migrantes venezuelanos serão imediatamente revogados", diz parte da mensagem publicada no X pela vice-presidente Delcy Rodríguez, em resposta à ameaça de reimposição de sanções a partir de abril próximo, anunciada pelo porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Rodríguez ainda advertiu que, se a tentativa dos EUA for levada a cabo, o Governo de Nicolás Maduro adotará como contramedida submeter "à revisão qualquer mecanismo de cooperação existente", diante do que ela descreveu como uma "tentativa deliberada de atacar a indústria venezuelana de petróleo e gás".

Ultimato para "impor o golpe"

Posteriormente, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela publicou uma declaração repudiando "as mais recentes tentativas de chantaje e ingerência do Governo dos Estados Unidos da América", segundo documento publicado pelo ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, em sua conta no X.

O texto caracteriza essas ações como "um ultimato contra todo o povo venezuelano", que, por meio de "ameaças e coerção, busca impor um golpe de Estado, desrespeitar as instituições da República, aplicar novas medidas coercitivas, e desestabilizar a economia venezuelana e o bem-estar de seu povo".

"A Venezuela não cederá a nenhuma chantagem. Suas instituições continuarão a cumprir as leis e a constituição nacional, de acordo com o mandato recebido pelo povo venezuelano", afirma o texto, que também destaca que o país "tomará todas as medidas" para garantir "o curso de seu crescimento econômico e desenvolvimento social". 

  • O Governo dos EUA anunciou nesta terça-feira que retomará as sanções contra a Venezuela nos setores de petróleo e mineração a partir de 18 de abril, devido a supostas inconsistências que Caracas teria executado em relação às disposições do Acordo de Barbados com o setor radical da oposição.