Secretário-geral da OTAN defende "voltar a dialogar com a Rússia" para dar um fim ao conflito ucraniano

Apesar de acreditar que o espaço para o diálogo se mantém, Jens Stoltenberg qualificou demandas de Moscou como completamente inaceitáveis.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, ainda "acredita no diálogo com a Rússia", mas sem renunciar à "defesa e à dissuasão".

Em uma entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, o chefe da Aliança Atlântica disse que o espaço para o diálogo "agora é muito menor" do que em 2014. Para acabar com o conflito, no entanto, "é necessário voltar a dialogar com a Rússia em um determinado momento", e fazê-lo com base na "força da Ucrânia", acrescentou.

Na entrevista, Stoltenberg se referiu a tentativas anteriores do bloco que ele lidera há uma década para "dissuadir diplomaticamente" a Rússia. Ele chamou a retirada das tropas do bloco de seu flanco oriental, como Moscou requereu durante as negociações em 2021, meses antes do início da operação militar especial da Rússia, de "completamente inaceitável" para a Aliança Atlântica. Essas tentativas fracassadas não o impedem de acreditar no diálogo, diz Stoltenberg.

No início de setembro, o secretário-geral da OTAN justificou a incursão das tropas de Kiev na província russa de Kursk mencionando o "direito de autodefesa" da Ucrânia, que, segundo ele, "não termina na fronteira".

Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu um aviso aos países da OTAN de que eles receberão uma resposta "imediata e extremamente dolorosa" no caso de novos ataques terroristas do regime de Kiev em território russo, já que os membros da Aliança Atlântica estão diretamente conectados no conflito e continuam a incitar a agressão ucraniana.