Ex-presidentes pedem a Biden que remova Cuba da lista de financiadores do terrorismo

Os signatários consideram que as sanções contra o país ''estão golpeando, diretamente, a sua população, e desequilibrando de maneira permanente a sua economia''.

Um grupo de 35 ex-presidentes e ex-ministros pediram, em uma carta ao presidente norte-americano Joe-Biden, a remoção de Cuba da lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo (SSOT, pela sigla em inglês) e o alívio da ''situação de milhões de pessoas inocentes'' antes do fim do seu mandato.

Os signatários, dentre os quais se encontram a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, a argentina Cristina Kirchner, o boliviano Evo Morales, o colombiano Ernesto Samper Pizano e o espanhol José Luis Rodríguez, consideram que as razões expostas estão sustentadas em um ''contundente chamado humanitário''.

''No governo de Barack Obama - do qual o senhor fez parte - foi dado um passo histórico para a flexibilização dessas sanções e para a normalização das relações diplomáticas entre dois vizinhos que não têm motivos para se privar da cooperação mútua simplesmente por terem sistemas políticos com inspirações ideológicas diferentes'', lê-se na carta, reproduzida pela W Radio Colombia.

''Sem prova alguma''

''Sem prova alguma, Cuba é acusada de ter vínculos com atividades terroristas das quais foi vítima'', e ''por causa dessa presunção, são impostas duras sanções que afetam diretamente sua população e desequilibram permanentemente sua economia'', acrescenta-se no documento.

A carta também enfatiza que a ''situação difícil pela qual a economia cubana está passando'' é explicada pelas ''sanções unilaterais aplicadas pelos EUA'', e lembra que o bloqueio contra Cuba foi condenado em mais de 30 resoluções por maioria absoluta na Assembleia Geral da ONU.

Ela também ressalta a ''profunda convicção'' dos signatários de que o governo cubano ''está seriamente comprometido'' com o combate ao terrorismo e com a ''paz na região e no mundo'': razão pela qual consideram as sanções ''uma medida coercitiva difícil de justificar no século XXI''.

''Esta decisão injusta também afeta a carta universal dos direitos humanos (...) ao ter um impacto sobre os setores mais vulneráveis da população que foram recentemente atingidos pelos efeitos nocivos da pandemia, exacerbados pela falta de medicamentos e equipamentos para lidar com a emergência'', indica o texto.