Durante uma entrevista exclusiva concedida ao portal brasileiro Metrópoles em Kiev, o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, criticou duramente e chamou de destrutivo o plano sino-brasileiro para resolver o conflito ucraniano, afirmando que o Brasil é "pró-Rússia".
"A proposta sino-brasileira também é destrutiva, é apenas uma declaração política", disse Zelensky. "Como podem oferecer 'aqui está nossa iniciativa', sem perguntar nada a nós?", questionou Zelensky, convencido de que o Brasil e a China supostamente discutiram sua iniciativa de paz com a Rússia com antecedência.
"Não somos tolos", disse ele, indignado. Além disso, Zelensky chamou de "destrutivas" as propostas de que a Ucrânia dialogue com a Rússia para tomar passos mútuos em direção a um compromisso.
Por sua vez, a porta-voz da Chancelaria russa, Maria Zakharova, reagiu às declarações de Zelensky, lembrando que a ex-subsecretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, disse que "não existem 'vocês', mas existem os EUA e o Reino Unido, que "sabem melhor do que 'vocês' o que é bom e ruim para 'vocês'".
Zakharova também alegou que o líder do regime ucraniano já se vendeu e que não há nada a dizer sobre sua própria subjetividade:
"Zelensky não apenas vendeu tudo, mas também traiu tudo, inclusive seu idioma natal e seu próprio avô", escreveu a porta-voz na sua conta do Telegram nesta quinta-feira.
A proposta sino-brasileira para a paz
No final de maio, no contexto da visita de Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula da Silva à Pequim, o Brasil e a China adotaram uma declaração conjunta traçando um caminho para o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
O documento postula as negociações como a única solução viável para a crise ucraniana, e defende a realização de uma conferência internacional de paz "reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia". Esse ponto mostra-se especialmente relevante diante da exclusão da Rússia da primeira "cúpula de paz", que foi realizada na Suíça sem a presença de representantes de Moscou para satisfazer as exigências do regime ucraniano.
Ao longo do texto, Brasília e Pequim também conclamam para que todos os países envolvidos sigam os três princípios indicados para diminuir a escalada da situação: não expandir a área de hostilidades, não intensificar os combates e evitar provocações.