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Grande parte do equipamento militar enviado pelo Reino Unido a Kiev está obsoleta

De acordo com um órgão fiscalizador britânico, muitos equipamentos militares teriam sido descartados se não fossem enviados a Kiev.
Grande parte do equipamento militar enviado pelo Reino Unido a Kiev está obsoletaGettyimages.ru / Christopher Furlong

Grande parte da ajuda militar fornecida pelo governo britânico à Ucrânia é composta por armamentos e equipamentos obsoletos que teriam sido descartados se não tivessem sido enviados a Kiev, segundo o Financial Times, citando o Escritório Nacional de Auditoria (NAO) do Reino Unido.

De acordo com a publicação, o órgão de fiscalização alegou que o Ministério da Defesa do Reino Unido deu prioridade a equipamentos militares "que já deveriam ter sido substituídos ou descartados", não apenas por considerá-los de "valor militar imediato" para Kiev, mas também porque isso ajudou a "reduzir o desperdício ou os custos associados ao descarte" do equipamento.

Um dos pontos mencionados pelo NAO diz respeito à remessa de 17.000 pares de botas militares que o Reino Unido doou a Kiev em 2022. Aparentemente, os calçados já estavam chegando ao fim de sua vida útil e, se não fossem vendidos, "teriam sido enviados para aterros sanitários".

Ao mencionar um outro caso, o órgão alegou que os 14 tanques Challenger 2 enviados à Ucrânia em 2023 tinham um valor real de apenas 17 milhões de libras (cerca de R$ 25 milhões), em comparação com os 47 milhões de libras (cerca de R$ 346 milhões) que custaram quando foram comprados na década de 1990.

O NAO também expressou preocupação com o fato de que o treinamento básico que o Reino Unido ofereceu a mais de 42.000 recrutas ucranianos não os prepara totalmente para lutar na linha de frente, pois eles não são treinados para lidar com ataques de drones.

  • O Reino Unido é o terceiro maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia, depois dos EUA e da Alemanha. O governo afirma ter alocado 7,8 bilhões de libras (aproximadamente R$ 57 bilhões) em equipamentos militares para Kiev, e promete continuar com a ajuda.